postado em 19/01/2011 09:02
A presidente Dilma Rousseff recebeu ontem a carta enviada pela deputada Zohre Elahian, presidente da comissão de direitos humanos do Parlamento iraniano, sobre a situação de Sakineh Mohammadi-Ashtian, condenada por adultério e por envolvimento no assassinato do marido. Em nota, o Palácio do Planalto assinalou que a presidente agradeceu o envio das informações e o interesse em contribuir para um diálogo construtivo entre os dois países sobre temas bilaterais e multilaterais. O teor da correspondência enviada pela parlamentar iraniana, entretanto, não foi divulgado.De acordo com a nota da Presidência, Dilma reiterou ;a disposição de continuar conferindo à questão dos direitos humanos um lugar central em nossa política externa, sem seletividade e tratamento discriminatório;. Além disso, considerou positiva a disposição da deputada de realizar um ;intercâmbio de opiniões por meio dos canais adequados;.
Segundo uma agência de notícia iraniana, na carta a deputada Zohre Elahian informou Dilma que a pena de morte imposta a Sakineh teria sido comutada para 10 anos de prisão. Pouco depois que as informações da carta circularam, porém, Hojjatoleslam Malek Ajdar Sharifi, chefe do Departamento de Justiça do Azerbaidjão Oriental, afirmou que não houve qualquer novidade em relação ao caso. Ele ressaltou que o caso segue seu curso burocrático normal, acrescentando que a Suprema Corte ainda vai anunciar o veredito final.
Sakineh, 43 anos, foi condenada em 2006 por manter ;relações ilegais; com dois homens depois da morte de seu marido. A sentença de apedrejamento foi suspensa temporariamente e o Irã decidiu que ela deveria ser enforcada, sob a acusação de ter sido cúmplice no homicídio de seu marido. A repercussão por todo o mundo fez com que a República Islâmica mantivesse o caso sem uma conclusão.