Agência France-Presse
postado em 20/01/2011 10:07
TÚNIS - Trinta e três pessoas da família do ex-presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali foram detidas nos últimos dias, sob a suspeita de terem cometido crimes contra a Tunísia, informou a televisão estatal.Estas pessoas serão julgadas, informou a emissora, que não revelou as identidades nem os laços parentesco com o ex-presidente, que fugiu da Tunísia para a Arábia Saudita no dia 14 de janeiro.
O canal exibiu imagens de jóias, relógios e cartões bancários internacionais confiscados nas casas dos detidos.
Também confiscaram canetas-tinteiros que disparavam balas reais, segundo a emissora.
Na quarta-feira, a justiça abriu processo por aquisição ilegal de bens, investimentos financeiros ilícitos no exterior e exportação ilegal de divisas contra Ben Ali, sua esposa Leila Trabelsi e sua família.
A investigação tem como alvo especialmente os irmãos e genros de Leila Trabelsi, os filhos e as filhas de seus irmãos.
O clã Ben Ali-Trabelsi é acusado de ter saqueado o país nos últimos 23 anos. Vários palácios e residências da família presidencial foram invadidos nos últimos dias por multidões em busca de vingança.
O governo francês anunciou na quarta-feira ter adotado as "medidas necessárias" para bloquear eventuais "movimentações financeiras suspeitas relacionadas aos bens tunisianos na França" do clã Ben Ali-Trabelsi.
A Suíça também decidiu bloquear os fundos do ex-presidente tunisiano e de pessoas relacionadas a ele.
Em uma aparente tentativa de acalmar a opinião pública, os oito ministros do governo de transição que eram membros do partido de Ben Ali, a Reunião Constitucional Democrática (RCD), renunciaram à formação, mas boa parte da população e da oposição exige sua saída do Executivo.