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Irã e comunidade internacional retormam diálogo sobre questão nuclear

Agência France-Presse
postado em 21/01/2011 09:44
Brasília - O polêmico programa nuclear iraniano é tema da retomada das negociações sobre o assunto, em Istambul, na Turquia a partir desta sexta-feira (21/1). Os representantes do Irã, do P5%2b1 (Grã-Bretanha, China, França, Rússia, os Estados Unidos e a Alemanha), do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da União Europeia debaterão a questão nuclear na tentativa de encerrar o impasse que há em torno do tema. As reuniões vão até amanhã (22).

O chefe da delegação é o secretário do Conselho Nacional de Segurança, Saeed Jalili, e por parte da União Europeia a representante é a chefe de Política Externa, Catherine Ashton. Para os iranianos, nas negociações deve predominar o tom da busca pelo diálogo e pela cooperação. As informações são da rede estatal de notícias do Irã, a PressTV.

Em dezembro, ocorreu a última rodada de negociações, em Genebra, quando houve o acordo para retomar o diálogo em Istambul, no fim de janeiro. As autoridades do Irã defendem que os direitos de desenvolvimento de pesquisas e projetos na área nuclear sejam respeitados pela comunidade internacional.

Por decisão das Nações Unidas, representantes do Irã e a comunidade internacional terão de participar de quatro rodadas de reuniões cujo tema principal é o programa nuclear iraniano. Para a comunidade internacional, os iranianos escondem no programa nuclear a fabricação de armas atômicas.

Como punição à ausência de informações detalhadas sobre o programa e à negativa para vistorias das usinas, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), em junho de 2010, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou sanções ao Irã. As medidas atingem, sobretudo, as áreas econômica e comercial. A reação foi liderada pelos Estados Unidos e avalizada pela ONU.

Antes, os governos do Brasil e da Turquia tentaram intermediar um acordo para a troca de urânio enriquecido com o Irã. A proposta pretendia amenizar as restrições ao governo iraniano. Pelo acordo, o Irã enviará urânio levemente enriquecido a 3,5% para a Turquia e no prazo de até um ano receberá o produto, em menor quantidade, enriquecido a 20%. A proposta, no entanto, não foi aceita como um acordo pela maior parte da comunidade internacional.

Para a comunidade internacional, o ideal é que o Irã deixe de enriquecer o urânio. No entanto, não há sinalizações das autoridades do país em disposição para isso. Segundo especialistas, o uso do urânio enriquecido, no Irã, tem fins não pacíficos. As autoridades iranianas negam que pretendam fabricar armas atômicas.

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