Agência France-Presse
postado em 21/01/2011 16:55
Beirute - O líder druso Walid Jumblatt se colocou nesta sexta-feira (21/1) a parte do campo do Hezbollah na crise política libanesa, um apoio que pode ser decisivo nas negociações para nomear um novo primeiro-ministro após a queda do governo de Saad Hariri."Confirmo a posição do meu partido (o Partido Socialista Progressista, PSP) de colocar-se ao lado da Síria e da resistência", disse Jumblatt durante entrevista coletiva, referindo-se ao poderoso movimento xiita Hezbollah.
Ele disse que a decisão se deve ao desejo de preservar a estabilidade do Líbano.
Onze ministros do campo do Hezbollah deixaram, em 12 de janeiro, o governo de unidade, provocando a queda, após meses de queda-de-braço com as fileiras do premier Saad Hariri pelo papel do tribunal da ONU encarregado de identificar e julgar os assassinos do ex-dirigente Rafic Hariri, pai de Saad.
Do total de 128 deputados, o bloco parlamentar de Jumblatt tem 11 parlamentares (dos quais cinco do partido), o do Hezbollah, com 57, e o de Saad Hariri, com 60.
Para impor o candidato ao primeiro-ministro, o Hezbollah precisa de oito votos além dos 57 de que dispõe. Mas o apoio de Jumblatt não significa que os outros 10 deputados do bloco seguirão os passos.
O movimento xiita se opõe a um novo mandato de Saad Hariri, que já confirmou a candidatura, "apesar das intimidações" do Hezbollah e dos aliados que provavelmente apresentarão Omar Karamé, que já foi primeiro-ministro em duas ocasiões.
O presidente da República, Michel Suleiman, terá consultas na segunda-feira com os grupos parlamentares sobre a nomeação de um chefe de governo.
O Líbano leva meses dividido sobre o Tribunal Especial para o Líbano (TEL), apoiado pelo campo de Hariri, mas rejeitado pelo Hezbollah, que teme ser acusado do assassinato.