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Cerca de 15 mil belgas protestam contra a crise política no país

Agência France-Presse
postado em 23/01/2011 15:48
BRUXELAS - Pelo menos 15 mil belgas começaram a participar neste domingo (23) em Bruxelas na "marcha da vergonha", um protesto contra a crise política no país, que está sem governo há sete meses e meio, um recorde na Europa.

Esta é a primeira vez desde as eleiçõess legislativas de junho de 2010, que provocaram o atual bloqueio político, que os cidadãos manifestam de maneira tão veemente a irritação, em um país onde as divisões aumentam entre flamengos e francófonos.

"O que nós queremos? Queremos um governo", gritavam os manifestantes, em sua maioria jovens, alguns vestidos de branco.

Esta foi uma maneira que os organizadores, que batizaram a passeata de "marcha da vergonha", encontraram de recordar o famoso "desfile branco" belga, que reuniu 300.000 pessoas em 1996 para protestar contra os crimes do assassino pedófilo Marc Dutroux.

Os manifestantes seguiam para grande parque real do Cinquentenário, perto do centro da cidade, para ouvir discursos que exigem o fim da paralisia aos partidos políticos. "Um governo rápido" é possível ler em vários cartazes.

A Bélgica chegou neste domingo ao 224; dia sem um governo de fato. Em janeiro o país superou o recorde anterior da Europa, que pertencia desde 1977 a Holanda (208 dias). O país se aproxima do triste recorde mundial, que pertence ao Iraque, que precisou de 289 dias para formar um gabinete em 2009.

A manifestação foi convocada por cinco estudantes, entre eles quatro flamengos, na internet. Os flamengos (60% dos quase 11 milhões de belgas) querem uma autonomia reforçada para sua região, especialmente nas áreas fiscal e social.

Os francófonos buscam limitar a descentralização pelo temor de perder as transferências financeiras que recebem da parte flamenga. Também consideram o desejo da população de Flandres o início da divisão do país.

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