CARACAS - Partidários e opositores do governo de Hugo Chávez lembram este domingo (23), com manifestações diferentes nas ruas de Caracas, a queda da ditadura do general Marcos Pérez Jiménez, que governou o país entre 1948 e 1958.
Com várias marchas que covergirão no palácio presidencial de Miraflores, os partidários da situação saíram às ruas para "lembrar que no país não pode haver nunca mais uma ditadura" e apoiar a revolução de Chávez, enquanto os opositores se concentraram em uma avenida da capital, Caracas, pedindo uma "nova democracia, uma democracia sem mordaça".
"Hoje se completa 53 anos desta luta de 23 de janeiro e a juventude uma vez mais assume o papel de vanguarda (...) Todos os movimentos sociais estão dando um passo à frente para apoiar a revolução de Chávez", disse à TV um dos manifestantes, sem se identificar, enquanto caminhava rumo ao palácio presidencial, onde se espera uma intervenção do presidente venezuelano.
Vários líderes, tanto da oposição quanto da situação, participaram de cada uma das manifestações para honrar a democracia. "Esta manifestação é um novo capítulo da história de luta democrática dos venezuelanos", disse o prefeito opositor de Caracas Antonio Ledezma, que chamou os cidadãos a se mobilizar e "se ocupar do futuro do país".
Enquanto isso, o deputado da situação Diosdado Cabello dizia marchar para "lembrar que aqui não pode haver nunca mais uma ditadura (...) porque o povo está presente nas ruas para governar ao lado do comandante Chávez".
Em 23 de janeiro de 1958, um movimento cívico obrigou Pérez Jiménez a deixar o país. Chávez, cujo governo começou a comemorar este evento há três anos, considera que a data marca o início de quatro décadas de uma democracia bipartidária "corrupta", contra a qual o presidente se alçou com um golpe frustrado em 1992.