No céu, a anos-luz da Terra, espalham-se obras de arte desconhecidas. O Universo emoldura galáxias, nebulosas, poeira cósmica, estrelas e satélites que jamais serão vistos a olho nu. Graças aos telescópios, cada vez mais potentes, porém, é possível registrar imagens que, tratadas em programas de computador, revelam-se verdadeiros tesouros escondidos.
A astrofotografia é um dos hobbies mais praticados por astrônomos amadores, que não só registram com seus equipamentos as imagens do cosmos, como fazem o tratamento de fotos obtidas pelos telescópios profissionais. Foi pensando nessas pessoas que o Observatório Europeu do Sul (ESO) decidiu lançar um desafio: procurar nos arquivos de dados astronômicos do ESO ;joias cósmicas; escondidas para mostrá-las ao mundo.
Em nota, o ESO explica que as fotos do Universo demandam muitas horas de trabalho minucioso, para transformar dados brutos e cinzentos em imagens coloridas, sem distorções e que consigam destacar os detalhes dos astros. ;O ESO tem uma equipe de pessoas que faz processamento de imagem profissional, mas, para a competição Tesouros Escondidos de 2010, os peritos decidiram dar a oportunidade a entusiastas da astronomia e da fotografia de mostrar ao mundo o que poderiam fazer com a enorme quantidade de dados contida nos arquivos do observatório;, afirmou o ESO, por meio da assessoria de imprensa.
Quase 100 inscrições chegaram à instituição, para a surpresa dos jurados, pois não se trata de um desafio fácil. ;Trabalhando no meio de muitos terabytes de dados astronômicos, os concorrentes tinham que identificar uma série de imagens em escalas de cinzento e revelar a beleza do nosso Universo;, explica o observatório. ;Ficamos completamente espantados com a quantidade e a qualidade das imagens que foram submetidas. Esse não era um desafio para os fracos, requerendo tanto um conhecimento avançado de processamento de dados como um espírito artístico. Estamos muito contentes por ter descoberto tantas pessoas tão talentosas,; comenta Lars Lindberg Christensen, diretor do Departamento de Educação e Divulgação Científica do ESO.
Os 10 trabalhos mais bonitos foram escolhidos por um corpo de jurados do observatório. Em primeiro lugar ficou o astrônomo amador russo Igor Chekalin, que ganhou uma viagem ao Chile para conhecer o Very Large Telescope, do ESO. ;Foi uma experiência fantástica e um prazer trabalhar com dados verdadeiramente excepcionais. Como astrofotógrafo amador que sou, esse foi o processamento de imagem e pós-processamento mais difícil que já fiz na vida;, revelou Chekalin, que ficou também com o segundo lugar.
1 ; lugar ; brilho intenso
; A nebulosa (nuvens de gás e poeira cósmica) Messier 78, também conhecida como M78 e NGC2068, está na Constelação de Orion, a 1,6 mil anos-luz da Terra. Ela foi descoberta em 1780 pelo astrônomo e geógrafo francês Pierre Méchain. A M78 é a mais brilhante nebulosa da constelação e, pela grande proximidade da Terra, é fácil de ser identificada até mesmo por pequenos telescópios.
2 ; lugar ; galáxias espirais
; A NGC 3169 (à esquerda) e a NGC 3166 formam um belo par de galáxias espirais localizadas na Constelação Sextante. Foram descritas pelo astrônomo polonês Johannes Hevelius no século 17 e estão muito próximas uma da outra: cerca de 50 milhões de anos-luz. Parece muito, mas, no cosmos, é uma pequena distância. Estão a 60 milhões de anos-luz da Terra.
3; lugar ; JOvem nebulosa
; Também conhecida como Caldwell 68, a nebulosa NGC 6729 está localizada na Constelação Coroa Austral, no Hemisfério Sul. Ela foi descoberta em 1861 pelo astrônomo alemão Johann Friedrich Julius Schmidt, quando o geofísico fazia observações em Atenas, na Grécia. É considerada uma nebulosa jovem, com idade entre 1,64 milhão e 3 milhões de anos.
4; lugar ; satélite da terra
; Único satélite da Terra, a Lua está a 384.405km do planeta. De todos os satélites do Sistema Solar ; cerca de 150 ;, ela é o maior. Apesar de amplamente conhecida pelos terráqueos ; já foi visitada pelas missões Apollo ;, ainda guarda mistérios, como seu lado eternamente escuro.
6; lugar ; grupo de estrelas
; A Galáxia NGC 371 está na Constelação de Cetus e foi descoberta em 1886 pelo astrônomo americano Frank Leavenworth. Sua extensão é calculada em 200 milhões de anos-luz e ela possui uma grande quantidade de estrelas muito jovens, com idades entre
3 milhões e 5 milhões de anos.
7 ; lugar ; brilho próximo
A Nebulosa de Órion é uma das mais brilhantes do céu, sendo fácil de ser localizada, pois está muito próxima à Terra: 1,5 mil anos-luz. Foi descoberta pelo astrônomo francês Nicholas Peiresc em 1610 e, desde então, tem sido uma das mais estudadas do Universo.