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Sarkozy defende taxa sobre transações financeiras e ampliação do FMI

Agência France-Presse
postado em 24/01/2011 12:03
PARIS - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que não deseja questionar o "papel eminente" do dólar nem estabelecer um controle de capitais com a reforma do sistema monetário internacional, em uma entrevista coletiva sobre os objetivos da presidência francesa do G20 e do G8.

Na mesma entrevista, Sarkozy anunciou que a França deseja "ampliar" o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI), com uma eventual modificação dos estatutos.

Também afirmou que a França quer a instalação de um sistema de proteção social e universal a nível internacional, e que a presidência francesa do G20 proporá "um código de conduta na área de gestão de fluxo de capitais".

Além disso, Sarkozy declarou que a França é favorável a uma taxa sobre as transações financeiras, que segundo ele é a "melhor das fórmulas" para encontrar novos recursos para o desenvolvimento.

"A França considera que esta taxa é moral, levando em consideração a crise financeira que acabamos de atravessar, útil para dissuadir a especulação e eficaz para encontrar novos recursos para o desenvolvimento", completou Sarkozy à imprensa.

"Apesar desta taxa ter grandes inimigos, grandes adversários no caminho, tentaremos convencê-los".

"A França confiará uma missão a uma personalidade da sociedade civil para encontrar soluções inovadoras na fronteira entre o setor privado e o setor público", disse.

"A França considera que a taxa sobre as transações financeiras é a melhor, mas que não pode esgotar sozinha o tema dos financiamentos inovadores".

"Estamos dispostos a discutir outras soluções, apesar desta taxa me parecer a melhor das fórmulas", acrescentou.

Sarkozy também comentou o desejo de ampliar o papel do FMI.

"O futuro do FMI não reduz a pessoa de seu atual diretor geral", afirmou em uma entrevista coletiva em Paris, em referência a Dominique Strauss-Kahn, possível candidato socialista à presidência francesa de 2012 e, portanto, possível adversário de Sarkozy, caso ele decida tentar a reeleição.

"Minha convicção é a de que é preciso ampliar, eventualmente com uma modificação dos estatutos, o papel do FMI", completou.

Sarkozy também defendeu uma aproximação entre o G20 (países ricos e países emergentes) e o FMI.

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