Cabul - O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, denunciou esta terça-feira (25/1) "mãos estrangeiras" de terem alimentado a recente crise em torno da sessão inaugural da nova Assembleia Nacional, finalmente prevista para a quarta-feira, quatro meses depois de eleições marcadas por fraudes maciças.
O chefe de Estado, que em um primeiro momento havia adiado para 22 de fevereiro a inauguração da nova assembleia eleita nas legislativas de 18 de setembro, fez estas acusações ao receber um grupo de candidatos derrotados.
Ele afirmou, ainda, que se viu finalmente obrigado a aceitar a inauguração da nova legisladura na quarta-feira para "salvar o país das ingerências estrangeiras e da crise".
"Algumas mãos estrangeiras puseram em questão a nossa decisão (de adiar a inauguração) e empreenderam manobras para criar uma crise no nosso país, repetindo aos candidatos (eleitos) que deviam inaugurar o Parlamento sem a participação do presidente, e que contavam com o seu apoio", disse Karzai, citado por um comunicado da Presidência.
Muitos candidatos derrotados, entre os quais estão influentes aliados de Karzai, impugnaron os resultados de legislativas marcadas por fraudes maciças e protestam contra a realização, na quarta-feira, da sessão inaugural do Parlamento.