Agência France-Presse
postado em 26/01/2011 11:47
WASHINGTON - Olhando para o grande déficit americano, o presidente Barack Obama prometeu reformas profundas no governo nesta quarta-feira (26/1), mas alertou seus adversários políticos contra os cortes de gastos que prejudicariam a economia."Nos próximos meses, meu governo vai elaborar uma proposta para fundir, consolidar e reorganizar o governo federal", afirmou Obama de acordo com trechos de seu discurso sobre o Estado da União divulgados pela Casa Branca.
O presidente afirmou que Washington deve agora reconhecer as restrições orçamentárias que tem diante de si, mas insistiu que os legisladores devem utilizar um bisturi ao invés de um machado na hora de cortar os gastos.
"Estou disposto a eliminar tudo o que podemos honestamente viver sem. Mas vamos nos certificar de que não estamos fazendo isso nos ombros dos nossos cidadãos mais vulneráveis", disse ele.
"Vamos ter certeza de que o que estamos cortando realmente é excesso de peso".
"Reduzir o déficit com a evisceração de nossos investimentos em inovação e educação é como deixar mais leve um avião superlotado removendo seus motores", disse.
Em resposta aos comentários de Obama, o republicano Paul Ryan insistiu que o presidente foi parte do problema.
"Os fatos são claros: desde sua posse, o presidente Barack Obama assinou uma lei que aumenta os gastos em cerca de 25% para as agências governamentais nacionais", afirma o republicano.
"Neste caminho atual, quando meus três filhos - que agora têm seis, sete e oito anos - estiverem criando seus próprios filhos, o governo federal vai dobrar de tamanho, e assim os impostos que pagam".
Os republicanos pediram que os gastos do governo sejam congelados nos níveis de 2008, enquanto Obama propôs um congelamento de gastos parcial de cinco anos.
Obama insistiu que havia um caminho certo e um errado para colocar o país em uma via mais sustentável, dizendo que os americanos merecem "um governo do século 21 que esteja aberto e competente. Um governo que viva dentro de seus recursos".
"Nós não devemos apenas dar ao nosso povo um governo que seja mais acessível. Devemos dar-lhes um governo mais competente e eficiente", disse.
Ele também comprometeu-se a lançar luz sobre algumas reentrâncias internas dos corredores do poder de Washington.
Os cidadãos, disse ele, devem saber "como e onde seus dólares de impostos estão sendo gastos" e quando os legisladores se encontram com lobistas.
"Nós vivemos e fazemos negócios na era da informação, mas a última grande reestruturação do governo aconteceu na era da TV em preto e branco", acrescentou o presidente.