Agência France-Presse
postado em 27/01/2011 10:56
BANGCOC - O exército e o governo da Tailândia rejeitaram nesta quinta-feira as declarações de um líder da oposição que acusou os militares de preparar um golpe de Estado, em um contexto ainda marcado pelo violento período de manifestações contra o primeiro-ministro.Jatuporn Prompan, deputado do partido opositor Puea Thai e líder do movimento antigoverno dos Camisas Vermelhas, afirmou na quarta-feira que vários oficiais haviam se reunido para organizar um golpe de Estado contra o primeiro-ministro Abhisit Vejajiva.
"Não é possível, porque trabalhei com os dirigentes das forças armadas e eles apoiam a democracia", declarou o vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban.
"Alguns grupos querem um golpe de Estado", admitiu, insistindo, no entanto, que "isso não é a solução para o país".
O general Prayut Chan-O-Cha, chefe do exército, "insistiu de forma reiterada no fato de que não organizaria um golpe de Estado, e nas atuais circunstâncias, nenhum oficial militar se atreveria a montar um golpe de Estado", indicou um porta-voz do exército.
Este tipo de rumor é frequente na Tailândia, país que já sofreu 18 golpes de Estado - bem sucedidos e fracassados - desde 1932, e sequer recuperou-se do último, em 2006, contra Thaksin Shinawatra, ídolo dos Camisas Vermelhas, que atualmente vivo no exílio.
O atual chefe do governo, Abhisit, chegou ao poder em 2008 após a queda de um gabinete pró-Thaksin sob pressão dos Camisas Amarelas, movimento nacionalista e monárquico dominado pelas elites de Bangcoc e visceralmente oposto ao retorno de Thaksin.