Nova York - As tensões no Egito fizeram o preço do petróleo saltar nesta sexta-feira (28/1), com o barril de referência ganhando 3,70 dólares, e 89,34 dólares em Nova York, enquanto em Londres o barril de Brent se aproximou dos 100 dólares.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate ("light sweet crude") para entrega em março fechou em 89,34 dólares, em alta de 4,42%.
Em Londres, o barril do Brent do mar do Norte com o mesmo vencimento subiu para 99,74 dólares, perto da barreira dos 100 dólares, a que não chegava desde 1 de outubro de 2008.
Os preços subiram ao ritmo da crise política no Egito, onde o presidente Hosni Mubarak apelou às forças armadas e decretou o toque de recolher para enfrentar manifestações contrárias ao regime.
Barreiras
Os egípcios "têm as chaves do Canal de Suez. Se as vias de transporte marítimo fecharem, será um desvio de 6 mil milhas (cerca de 10 mil quilômetros) para garantir as entregas", explicou Rich Ilczyszyn, da Lind-Waldock.
Também poderiam ser aplicados prêmios de risco sobre os transportes.
O Canal de Suez "constitui por enquanto a passagem segura do petróleo e gás para a Europa", observou, por sua vez, Michael Hewson, analista da CMC Markets.
Os analistas ressaltaram que deste modo a Europa será muito mais afetada pelas tensões no Oriente Médio e na África do Norte do que os Estados Unidos.
"Cerca de um milhão de barris por dia transitam pelo Canal de Suez. Sentiu-se certo nervosismo" no mercado, disse Tom Bentz, da BNP Paribas.
Na véspera, o barril de petróleo em Nova York caiu ao seu nível mais baixo desde o início de dezembro.
O petróleo não foi a única matéria prima que aumentou como consequência da crise no Egito, o ouro e a prata também se beneficiaram por ser considerados valores "seguros".