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Pelo menos 13 pessoas já morreram desde o início dos confrontos no Egito

Agência France-Presse
postado em 28/01/2011 19:20

Cairo - Segundo fontes médicas, pelo menos cinco pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos confrontos desta sexta-feira só na cidade do Cairo, o que eleva o número de mortos a 13, desde o dia 25 de janeiro.

Dezenas de milhares de egípcios responderam ao apelo a participar do "Dia de Ira" à saída das mesquitas depois das orações de sexta-feira para pedir o fim do regime de Mubarak, no poder há 30 anos.
O regime de Hosni Mubarak fez um apelo ao exército e decretou o toque de recolher em três grandes cidades do Egito, entre elas o Cairo, para enfrentar um movimento de contestação que se torna cada vez mais amplo.

Recolher

O regime de Hosni Mubarak fez um apelo ao exército e decretou o toque de recolher em três grandes cidades do Egito, entre elas o Cairo, para enfrentar um movimento de contestação que se torna cada vez mais amplo.

No entanto, à noite, alguns soldados foram vistos fazendo o "V" da vitória em direção a milhares de manifestantes que enfrentaram o toque de recolher na capital, com alguns policiais apertando as mãos de populares, segundo um correspondente da AFP.

No quarto dia de protestos, os mais importantes, desde a chegada ao poder de Mubarak, em 1981, os sinais de preocupação se multiplicavam no exterior, com os Estados Unidos exigindo a seu aliado conter as forças de ordem e se comprometer com reformas políticas "imediatas".

Saída

Os manifestantes pedem a saída de Mubarak que, por sua vez, ordenou ao exército - espinha dorsal de seu regime - fazer respeitar a segurança nas ruas, junto com a polícia.

O toque de recolher foi decretado no Cairo, em Alexandria (norte) e em Suez (leste) entre 18H00 (16H00 GMT) às 07H00 (05H00 GMT), até nova ordem. A agência oficial Mena havia informado antes que a medida havia sido ampliada para todo o país, voltando atrás na informação, em seguida.

Na capital egípcia, duas delegacias foram incendiadas, assim como a sede do partido no poder, com a multidão enfrentando a pedradas as forças de segurança, que usaram granadas de gás lacrimogêneo, jatos d;água e balas de borracha para tentar dispersá-la.

Em Suez, manifestantes se apoderaram das armas de uma delegacia, pondo fogo no prédio, em seguida.

Cerca de mil pessoas haviam sido detidas até a manhã de sexta-feira.

O protesto está inspirado na "Revolução dos jasmins", um levantamento popular que derrubou neste mês o presidente tunisiano Ben Ali, no poder havia 23 anos, e gerou uma onda de contestação em todo o mundo árabe.

Mubarak, de 82 anos, absteve-se, até agora, de qualquer comentário público sobre a situação.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia, também membro do Partido Nacional Democrata no poder, pediu nesta sexta-feira ao presidente empreender "reformas sem precedentes" para evitar uma "revolução".

"Em nenhuma parte do mundo a segurança é capaz de pôr fim à revolução", disse Mustafá Al Fekki à televisão Al Jazeera.

O opositor e Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, que se disse disposto a liderar um governo de transição, também participou de manifestações no Cairo.

A jornada recebeu apoio da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição, que até agora apoia sem grande entusiasmo as marchas convocadas por núcleos de jovens com aspirações democráticas.

O presidente americano, Barack Obama, frisou que "a violência não é uma é uma solução para os problemas do Egito".

Nesta sexta-feira, a Casa Branca considerou a situação "profundamente preocupante" e pediu ao governo egípcio o "respeito aos direitos fundamentais, para evitar a violência e permitir as comunicações".

Neste mesmo sentido se expressão nesta sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a chefe do governo alemão, Angela Merkel.

As conexões à internet - um instrumento que desempenhou papel essencial na organização dos protestos - foram cortadas em todo o país.

"Em uma ação sem precedentes na história da internet, o governo egípcio parece ter dado ordem aos provedores de cortar todas as conexões internacionais à web", escreveu em seu blog James Cowie, da Renesys, uma companhia de New Hampshire (EUA) que monitora a transmissão de dados pela internet em tempo real.

Todos os operadores de telefonia celular presentes no Egito "receberam ordem de suspender seus serviços em algumas zonas selecionadas", denunciou nesta sexta-feira, em comunicado, em Londres, o gigante britânico das telecommunicações Vodafone.

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