Cairo - Pela primeira vez depois de quatro dias de confrontos, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, discursa à nação e anuncia dissolução do governo, além de prometer fortalecer a democracia.
Em seu discurso, transmitido ao vivo pela TV estatal local, realizado na madrugada deste sábado (hora local), Mubarak disse que um novo gabinete será formado neste sábado.
Os manifestantes pedem a saída de Mubarak que, por sua vez, ordenou ao exército - espinha dorsal de seu regime - fazer respeitar a segurança nas ruas, junto com a polícia.
O toque de recolher foi decretado no Cairo, em Alexandria (norte) e em Suez (leste) entre 18H00 (16H00 GMT) e 07H00 (05H00 GMT), até nova ordem. A agência oficial Mena havia informado antes que a medida havia sido ampliada para todo o país, voltando atrás na informação, em seguida.
Saldo
Segundo fontes médicas, pelo menos 20 pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos confrontos desta sexta-feira, o que eleva o número de mortos a 27, em todo o país, desde o dia 25 de janeiro.
Dezenas de milhares de egípcios responderam ao apelo para participar do "Dia de Ira" à saída das mesquitas depois das orações de sexta-feira (28/1) para pedir o fim do regime de Mubarak, no poder há 30 anos.
Na capital egípcia, duas delegacias foram incendiadas, assim como a sede do partido no poder, com a multidão enfrentando a pedradas as forças de segurança, que usaram granadas de gás lacrimogêneo, jatos d;água e balas de borracha para tentar dispersá-la.
Em Suez, manifestantes se apoderaram das armas de uma delegacia, pondo fogo no prédio, em seguida.
Cerca de mil pessoas haviam sido detidas até a manhã de sexta-feira.
O protesto está inspirado na "Revolução dos jasmins", um levantamento popular que derrubou neste mês o presidente tunisiano Ben Ali, no poder havia 23 anos, e gerou uma onda de contestação em todo o mundo árabe.