Moscou - O autor do atentado suicida cometido no aeroporto de Moscou-Domededovo na última segunda-feira é um jovem de 20 anos oriundo do Cáucaso russo, cujo objetivo fundamental era matar estrangeiros, indicou neste sábado o Comitê Investigativo da Rússia. "Estabelecemos a identidade do terrorista, o suicida que detonou o explosivo", declarou o porta-voz do comitê, Vladimir Markin, em um comunicado. "Trata-se de um homem de 20 anos, oriundo de uma das Repúblicas do Cáucaso do Norte".
Os investigadores, no entanto, decidiram não revelar a identidade do terrorista, para que "a identificação dos organizadores e cúmplices deste ato de terrorismo". O terrorista, que matou 35 pessoas no maior aeroporto da Rússia na última segunda-feira, entre elas oito não-russas, tinha "como principal objetivo" assassinar estrangeiros, ainda de acordo com Markin.
"Não foi por acaso que o ato de terrorismo tenha ocorrido no saguão de chegadas dos voos internacionais. Para os investigadores, o ataque terrorista era destinado a matar sobretudo cidadãos estrangeiros", indicou o porta-voz. Entre as vítimas fatais do ataque, há dois austríacos, um britânico e um alemão.
Os investigadores russos não haviam divulgado nenhuma informação oficial sobre os avanços de suas investigações desde segunda-feira, mas uma série de fontes policiais já havia afirmado à imprensa que o Cáucaso russo era a principal pista seguida na apuração do caso. Nos últimos anos, todos os atentados que ocorreram na Rússia foram reivindicados por grupos insurgentes islamitas do Cáucaso russo.
O atentado do aeroporto de Moscou, entretanto, ainda não foi assumido por nenhuma organização. Alguns veículos da imprensa russa sugeriram que a misteriosa explosão que matou uma mulher na véspera do ano novo em um hotel de Moscou pode ter alguma ligação com o atentado contra o aeroporto de Domodedovo.
Na época, informações que circularam na mídia indicavam que o explosivo teria sido detonado prematuramente, e que a real intenção dos terroristas seria cometer um atentado em meio à multidão que celebraria a chegada de 2011 na praça do Kremlin. Os investigadores, no entanto, negam qualquer vínculo entre os dois episódios.
"Gostaria de enfatizar especialmente que a investigação concluiu que o ato de terrorismo em Domodedovo e a explosão no hotel foram perpetrados por (insurgentes) completamente diferentes que atuam nos territórios de várias repúblicas do norte do Cáucaso", indicou Markin.