Agência France-Presse
postado em 30/01/2011 14:38
TUNEZ - O líder do partido islamita tunisiano Ennahda, Rached Ghanuchi, regressou neste domingo à Tunísia, após mais de 20 anos de exílio em Londres, sendo recebido por milhares de partidários no aeroporto.O avião de Ghanuchi, que viajou acompanhado da filha Sumaya, aterrissou às 12H30 (09H30 de Brasília) no aeroporto de Túnis-Cartago, discretamente vigiado pelas forças de segurança.
Rached Ghanuchi apareceu pouco depois diante da multidão, lançando um animado "Alá Akbar" ("Deus é grande") com os braços para o alto.
Foi sua única declaração na chegada, antes de abrir passagem com dificuldade por entre o mar de tunisianos, que cantavam o hino nacional e também diziam "Alá Akbar".
Antes de viajar, o líder político declarou: "Continuo sendo o dirigente de meu partido; se houver eleições livres e justas, legislativas mas não presidenciais, o Ennahda participará delas".
Ghanuchi adotou um tom prudente ao falar da situação da Tunísia após a queda do presidente Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu do país no dia 14 de janeiro, e nos anos 90 reprimiu violentamente os partidos islamitas.
"A sharia (lei islâmica) não tem lugar na Tunísia", afirmou. "O medo é baseado unicamente na ignorância".
Rached Ghanuchi fundou o Ennahda (Renascimento) em 1981 com um grupo de intelectuais inspirados pela Irmandade Muçulmana egípcia. Hoje, afirma representar um islã moderado mais próximo do AKP turco.