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Mubarak afirma que não irá concorrer à reeleição e promete antecipar pleito

postado em 01/02/2011 19:46

Maputo (Moçambique) - O presidente do Egito, Hozni Mubarak, anunciou hoje (1;) à noite que não vai concorrer a um novo mandato nas eleições de setembro. Em um pronunciamento na TV estatal, afirmou que os protestos da última semana variaram de ;manifestações pacíficas a um ataque à estabilidade do país, manipuladas por interesses políticos;.

;Exauri minha vida servido ao povo, e decidi não mais concorrer a um novo mandato;, disse Mubarak. Também afirmou que ;morrerá em solo egípcio, que jurei defender;, indicando que não pretende deixar o país.

De acordo com a imprensa norte-americana, horas antes o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aconselhou que Mubarak não se candidatasse à reeleição.

O presidente egípcio está no poder desde 1981. Os Estados Unidos apoiaram Mubarak, inclusive financeiramente, desde então. O Egito é um dos únicos dois países da Liga Árabe (junto coma Jordânia) que reconhecem o estado de Israel.

A decisão ocorre no mesmo dia que milhares de pessoas passaram horas concentradas na Praça Tahrir, no centro do Cairo, pedindo a saída imediata do presidente. A chamada ;Passeata dos Milhões;.

Também houve protestos em outras cidades, como Alexandria (a segunda maior do Egito) e Suez. Mais uma vez, o toque de recolher foi ignorado. O exército acompanhou sem intervir.

Foi a primeira vez em muitos anos que as Forças Armadas assumiram posição de neutralidade. No geral, sempre seguiram a orientação do governo ; que, até então, era de reprimir os protestos.

A oposição interpretou o gesto como um sinal de que o apoio a Mubarak começava a falhar. Mohamed El Baradei, apontado pela frente oposicionista com o interlocutor para a transição política, anunciou que o prazo para Mubarak abandonar o poder iria até sexta-feira. Também disse que negociações com o governo só começariam depois que ele abandonasse o cargo e o país.

Na tentativa de acalmar os ânimos, Mubarak trocou o primeiro escalão do governo no fim de semana. Na segunda-feira, o novo vice-presidente, Omar Suleiman, anunciou que iniciaria conversações com a oposição para fazer uma reforma constitucional. Nos 30 anos de Mubarak no poder, o cargo nunca havia sido ocupado.

Segundo o vice-presidente, novas medidas iriam atacar o ;desemprego, pobreza, corrupção e o alto custo de vida;. Também anunciou novas eleições locais para onde houve evidência de irregularidades no pleito parlamentar de novembro passado.

Instantes depois de Mubarak aparecer na televisão e confirmar que não tentará a reeleição, os manifestantes começaram a festejar na praça Tahrir. Mas muitos haviam anunciado que só abandonariam o local depois que o presidente deixar o poder.

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