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UE pede que transição política ocorra "agora" no Egito

Agência France-Presse
postado em 04/02/2011 13:57
Bruxelas - Os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) pediram nesta sexta-feira (4/2), em uma cúpula realizada em Bruxelas, que a transição democrática no Egito seja iniciada "agora".

Os líderes europeus afirmam que o processo de transição deve começar logo, diz uma declaração conjunta, instando o regime de Hosni Mubarak a "satisfazer as aspirações do povo egípcio com reformas políticas e não com a repressão".

Também fizeram uma advertência ao Cairo: levantaram a possibilidade de uma suspensão da ajuda europeia ao Egito, de 500 milhões de euros para o período de 2011 a 2013.

Segundo a declaração, "a relação entre a UE e Egito deve reger-se pelos princípios estabelecidos no Acordo de Associação".

As autoridades egípcias devem "responder às aspirações do povo egípcio à reformas, não com repressão", destacaram numa declaração comum.

"Francamente, as medidas tomadas até agora não responderam às aspirações da população egípcia", resumiu o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estimando que se a violência contra os manifestantes prosseguir, o regime perderá "o pouco de credibilidade e de apoio de que dispõe".

De maneira velada, a UE também deixou pairar a ameaça de um questionamento de sua ajuda econômica ao país, se os "compromissos" tomados pelo Cairo, em matéria de respeito às liberdades públicas não forem cumpridos.

No entanto, o chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, mostrou-se a favor de "uma transição democrática, mas sem ruptura com um presidente como Mubarak" que é "um homem sábio".

A onda de contestação que abala o mundo árabe, no Egito, na Tunísia, no Iêmen, na Jordânia, leva a Europa a um doloroso questionamento de suas prioridades na região.

Acusada de ter fechado por muito tempo os olhos aos desvios autoritários em seu flanco Sul, no mundo árabe-muçulmano, a UE demonstrou nesta quinta-feira a vontade de melhorar no futuro, dando prioridade às reformas democráticas na região.

Os dirigentes europeus "estão prontos a uma nova parceria que inclua o apoio mais eficaz, no futuro, aos países que realizam reformas políticas e econômicas", diz a declaração da cúpula.

"A Europa deve mudar radicalmente seu paradigma sobre a região", critica o professor universitário tunisiano Azam Majoub, lembrando que "o continente cometeu um enorme equívoco, percebendo os regimes autoritários árabes como muralha ao islamismo".

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