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Brasil vai protestar formalmente contra governo de Mubarak

A reação brasileira ocorre um dia depois de um diplomata ser impedido de entrar um hotel, no centro do Cairo, para dar assistência a brasileiros e também quando jornalistas do Brasil foram hostilizados no Egito

postado em 04/02/2011 17:25
O governo brasileiro prepara, via Embaixada do Brasil no Egito, uma nota de protesto contra o governo do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Na diplomacia internacional, o documento tem o valor de uma queixa formal. Nele, o embaixador do Brasil no Cairo, Cesário Melantonio Neto, vai reclamar do impedimento de um diplomata de dar assistência a brasileiros, em um hotel, e de agressões sofridas por jornalistas brasileiros no país.

O secretário-geral para Comunidades de Brasileiros no Exterior no Itamaraty, embaixador Eduardo Gradilone, disse à Agência Brasil que a nota de protesto vai mencionar que as ações, cometidas por autoridades policiais no Egito, contrariam os acordos internacionais de assistência e apoio a estrangeiros fora de seus países.

;É uma nota que será encaminhada pela Embaixada do Brasil no Egito diretamente para o Ministério das Relações Exteriores. O embaixador Cesário deve citar a inadequação do impedimento ao trabalho do diplomata na assistência consultar e a agressão aos jornalistas brasileiros;, disse Gradilone.

A reação brasileira ocorre um dia depois de um diplomata ser impedido de entrar um hotel, no centro do Cairo, para dar assistência a brasileiros e também quando jornalistas do Brasil foram detidos, vendados e tiveram os equipamentos apreendidos no Egito. Os jornalistas Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, ficaram presos por 18 horas e depois receberam ordens para deixar o país.

;O que ocorreu com os jornalistas brasileiros foi gravíssimo. Foi uma das situações mais graves dos últimos dias, por isso o Itamaraty divulgou ontem (3) nota de imprensa sobre o episódio. Houve a detenção dos profissionais e o confisco dos equipamentos. Além deste caso, houve o impedimento ao trabalho de assistência consular;, disse Gradilone.

Segundo Gradilone, ainda há cerca de 320 brasileiros no Egito. Destes, apenas 20 são turistas que estão em uma praia afastada do Cairo ; centro da onda de manifestações de protestos contra Mubarak. ;Estamos fazendo o possível para ajudar a todos que nos procuram. Tivemos, como todos, dificuldades com as linhas telefônicas e a internet. Agora está mais fácil;.

Paralelamente, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, analisa as sinalizações de reações populares na Síria, no Yêmen e Tunísia. De acordo com Gradilone, o mapeamento dos brasileiros nestas regiões está em elaboração e há uma atenção diferenciada, caso seja necessário prestar assistência, se houver ameaças nestes países.

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