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Governo tunisiano afrouxa toque de recolher, mas segue vigilante

Agência France-Presse
postado em 05/02/2011 12:33
Túnis - O governo tunisiano apostou neste sábado (5/6) em uma melhora na segurança ao afrouxar mais uma vez o toque de recolher, mas continua sob alerta ante a uma situação social ainda incerta, após apenas três semanas da queda de Ben Ali.

As autoridades anunciaram na noite de sexta-feira uma redução de duas horas no toque de recolher, que passará, a partir deste sábado, a funcionar de meia-noite às 04H00 locais, "em razão da melhora na segurança do país".

A Grã-Bretanha retirou na sexta-feira a advertência para viagens à Tunísia, elogiando o governo transitório: "Estamos ainda no início. (...) Mas a Grã-Bretanha pensa que essas ações são encorajadoras".

Vital para o país, o setor de turismo deve recuperar na primavera o nível anterior aos tumultos que espantaram milhares de estrangeiros, garantiu na sexta-feira o ministro do Turismo Mahdi Houas.

O toque de recolher foi suavizado pela primeira vez no dia 26 de janeiro (22H00-04H00), desde sua instauração no dia 12 do mesmo mês, dois dias antes da fuga do presidente Zine El Abidine Ben Ali.

Na noite de sexta-feira, já era possível sentir em Túnis um início de descontração na Avenida Habib Bourguiba, palco algumas semanas atrás de manifestações gigantes que levaram a queda de Ben Ali no dia 14 de janeiro. Jovens jogavam futebol nas calçadas.

Abaixo na avenida, alguns blindados do exército ainda estão posicionados em frente ao Ministério do Interior, mas as metralhadoras das torres militares estão desativadas.

O governo de transição, no entanto, não baixou a guarda. A lembrança do "assalto" feito por centenas de pessoas ao Ministério do Interior é ainda vivida.

O ministro, Farhat Rajhi, teve que fugir do prédio, conhecido antes como fortaleza inexpugnável do regime policial de Ben Ali. No dia seguinte, ele falava na televisão sobre "um complô contra o Estado".

No interior do país, a situação continua incerta: na sexta-feira à noite, centenas de pessoas manifestaram em frente a uma delegacia em Sidi Bouzid (centro), após a morte de duas pessoas que estavam presas no local. Três carros da polícia foram incendiados, segundo uma testemunha ouvida pela AFP.

Para o ministro do Interior, trata-se de um crime que pode ter sido cometido por partidários do antigo regime.

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