Agência France-Presse
postado em 05/02/2011 14:39
Luton - Milhares de partidários da extrema-direita foram às ruas, por convocação da Liga de Defesa Inglesa (EDL), neste sábado, em Luton, cidade situada a 50 metros ao norte de Londres, e colocada sob alta proteção policial."Suicidas muçulmanos fora de nossas ruas", entoavam os manifestantes. "Chega de mesquitas", podia-se ler nas faixas.
Entre 2.500 e 3.000 pessoas, segundo estimativas de vários meios de comunicação britânicos, protestaram nas ruas de Luton que é considerada berço do extremismo político e religioso. A polícia não pode ser contactada para fornecer outros números.
Paralelamente a esta passeata, uma contramanifestação convocada pela organização Unidos contra o Fascismo (UAF) reuniu centenas de pessoas em um bairro da cidade.
Cerca de mil policiais foram posicionados em Luton para evitar qualquer conflito, já que as manifestações da EDL constumam terminar com incidentes violentos. Nenhum tumulto importante foi registrado à tarde.
As duas manifestações, previstas há muito tempo, coincidem com a declaração feita pelo primeiro-ministro britânico David Cameron de que a política de multiculturalismo havia sido um fracasso. "Acredito que está na hora de virar a página das políticas do passado que fracassaram", declarou o premier britânico, referindo-se ao extremismo islâmico na Grã-Bretanha, durante a Conferência de Munique (Alemanha) sobre segurança.
O local da manifestação da EDL deste sábado não foi escolhido por acaso. Esta cidade possui 200 mil habitantes, dos quais 15% muçulmanos.
Foi também em Luton que os quatro autores dos atentados de 7 de julho de 2005 contra os transportes públicos de Londres se encontraram uma última vez antes de cometerem suicídio e matarem 52 pessoas.
Mais recentemente, o autor do atentado de 11 de dezembro passado em Estocolmo, morto pela detonação dos explosivos que carregava, morava em Luton.