Agência France-Presse
postado em 07/02/2011 14:42
LISBOA - A Petrobras confirmou nesta segunda-feira a ruptura das negociações com a ENI para a compra da parte do grupo italiano na empresa portuguesa Galp Energia, em um comunicado enviado à autoridade portuguesa de mercados financeiros."A Petrobras informa ter posto fim a suas discussões com a ENI sem ter adquirido a participação na Galp Energia", indicou a empresa brasileira.
De seu lado, o diretor-geral da ENI, Paolo Scaroni, declarou à agência italiana Ansa que as discussões com a Petrobras terminaram "porque não conseguimos encontrar um acordo sobre os elementos essenciais de uma possível transação".
"No entanto, continuamos avaliando uma série de oportunidades para nossa participação na companhia portuguesa", aacrescentou.
Estas declarações foram confirmadas à AFP por um porta-voz da ENI.
Scaroni assegurou que a ENI não está apressada em vender sua parte porque "a Galp Energia demonstrou ser até o presente um excelente investimento" que gerou desde 2000 "rendimentos de cerca de um bilhão de euros" para o grupo italiano.
Por isso, a ENI venderá sua parte "quando nos for proposta uma oferta congruente".
Na semana passada, uma fonte próxima à negociações já havia antecipado à AFP que as negociações estavam perto de uma ruptura por causa de desacordos sobre o preço de venda.
Segundo a imprensa econômica portuguesa, as discussões se centravam na compra de 25% da Galp Energia, da qual ENI possui 33,34%.
O jornal português Diário Econômico informou em janeiro que a ENI pedia 17 euros por ação, ou seja, 4,7 bilhões de euros (6,5 bilhões de dólares), para ceder sua parte na Galp.
Em 1; de janeiro expirou o acordo de 2006 que estabelecia a estrutura dos acionistas da Galp. Os principais acionistas da empresa, ENI (33,34%) e a portuguesa Amorim Energia (33,34%), foram autorizados a negociar a venda de suas participações.
A Petrobras anunciou em seguida que estudava a possibilidade de entrar no capital da Galp através da compra da ENI.
A empresa italiana confirmou recentemente que avaliava uma série de oportunidades, incluindo a operação com a Petrobras, mas destacou que nenhuma decisão havia sido tomada.
A Galp explora e produz petróleo, mas, principalmente, produtos refinados.
No final de 2009, o grupo português possuía reservas de 3,1 bilhões de barris de petróleo e estava presente em treze países, entre eles Brasil e Angola.