postado em 08/02/2011 09:20
A região sul do Sudão, maior país ; em extensão ; da África, deve se tornar independente em 9 de julho e se transformar no mais novo Estado do continente. A cidade de Juba, capital do sul, foi palco de celebrações ontem, depois da divulgação dos resultados oficiais que confirmaram a divisão entre as duas regiões. Uma maioria esmagadora, 98,83%, votou a favor da secessão. O presidente sudanês, Omar al-Bashir, aceitou a votação e agora deve começar o processo de separação, que inclui a resolução de uma série de pendências e novos acordos entre os dois lados. A Organização das Nações Unidas (ONU) comemorou o desfecho do referendo.A separação do sul ; majoritariamente cristão ; e do norte ; muçulmano ; ocorre depois de quase duas décadas de guerra civil. A votação, realizada entre 9 e 15 de janeiro, faz parte do tratado de paz assinado pelas duas regiões em 2005. ;Os resultados do referendo foram reconhecidos, o povo do sul escolheu a separação. Estamos comprometidos com a manutenção dos laços entre norte e sul, assim como com a manutenção das boas relações;, declarou ontem o presidente sudanês.
Os resultados divulgados na capital, Cartum, mostravam que, dos quase 3 milhões de votos válidos, apenas 44.888 pessoas votaram contra a independência do sul. A votação foi marcada pelo apoio da comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou ontem que a vitória da secessão é uma grande conquista para os sudaneses. O presidente Barack Obama afirmou em um comunicado que os Estados Unidos ;reconhecerão formalmente o Sudão do Sul como Estado soberano e independente em julho de 2011;.
A próxima etapa está nas mãos dos representantes das duas regiões, que devem tratar de questões pendentes, como a troca de moeda, o abastecimento de água e a regularização das fronteiras. O maior dilema, no entanto, será a situação do petróleo na área de Abyei, situada entre norte e sul, que foi um dos grandes impasses da guerra civil. O presidente da região semiautônoma do Sudão do Sul, Salva Kiir, se encontrou ontem com al-Bashir, na capital sudanesa, para agilizar as próximas reuniões e afirmou que a independência do sul não é ;o fim da linha, porque não podemos ser inimigos, mas uma chance de construir relações fortes;.