postado em 08/02/2011 11:22
Brasília ; Sob pressão popular e da comunidade internacional, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, assinou nesta terça-feira (8/2) o decreto que define a criação de uma comissão para reformar a Constituição. A medida foi anunciada pelo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman. Porém, não encerra o impasse com a oposição, que lidera uma onda de protestos há 15 dias. As informações são da agência pública de Portugal, Lusa.Para os oposicionistas, o ideal era instalar uma Assembleia Constituinte independente com a missão de alterar a Constituição garantindo uma série de direitos. A oposição quer o fim da censura, a suspensão das medidas de emergência em vigor há quase três décadas e a libertação de cerca de 10 mil dissidentes políticos.
A instalação da comissão Constitucional foi negociada anteontem (6) durante reunião entre integrantes do governo e representantes da oposição inclusive a Irmandade Muçulmana ; grupo religioso considerado ilegal no Egito ; em defesa de uma transição pacífica e democrática.
Paralelamente, Mubarak reiterou que não se candidatará à reeleição em setembro, mas pretende ficar no cargo até dezembro, quando transmite o poder ao sucessor. Para a oposição, o presidente deve deixar o governo imediatamente.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, defendeu que Mubarak ouça o apelo popular.
A onda de protestos no Egito provocou, segundo as Nações Unidas, cerca de 300 mortes e registrou mais de 3 mil feridos. A Praça Tahrir, no centro do Cairo, virou uma espécie de concentração para os manifestantes.