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Começam as primeiras negociações intercoreanas desde bombardeio de novembro

Agência France-Presse
postado em 08/02/2011 13:57
SEUL - Coreia do Norte e Coreia do Sul deram início nesta terça-feira às primeiras negociações após o bombardeio de uma ilha na fronteira entre os dois países pelas forças norte-coreanas, em novembro do ano passado, indicou o ministério sul-coreano da Defesa.

As conversações, que acontecem na "Casa da Paz" de Panmunjon, localidade no centro da Zona Desmilitarizada (DMZ), começaram às 10h00 (23h00 de segunda-feira - Brasília) e continuaram durante a tarde, prolongando-se mais do que o previsto devido a temas polêmicos que provocaram desacordos entre os representantes.

As duas delegações decidiram retomar a reunião na quarta-feira, segundo um porta-voz do ministério sul-coreano da Defesa.

Seul deseja abordar no encontro o tema dos graves incidentes ocorridos no ano passado: primeiro, o naufrágio de uma corveta sul-coreana que matou 46 marinheiros, atribuído a um bombardeio norte-coreano por uma comissão internacional, e depois o ataque a uma ilha sul-coreana, que deixou dois militares e dois civis mortos.

A Coreia do Sul quer que Pyongyang peça desculpas pelos incidentes, além de tomar "medidas" e abster-se de novas hostilidades.

Segundo a agência Yonhap, o Norte "expressou sua opinião" sobre estas questões, fazendo uma série de propostas para reduzir as tensões. O ministério não confirmou esta informação.

O Norte nega qualquer tipo de responsabilidade no bombardeio da corveta, apesar das conclusões da investigação internacional. O regime comunista afirma ainda que o episódio de novembro foi apenas uma resposta às manobras sul-coreanas na região.

Pyongyang também pediu que o Sul não despeje mais panfletos de propaganda do outro lado da fronteira, e acusou os navios de guerra sul-coreanos de violar suas águas territoriais, ainda de acordo com a Yonhap.

Estas discussões têm como objetivo oficial preparar um encontro de alto nível, certamente entre ministros da Defesa, em uma data a ser definida.

Este primeiro contato, após meses de graves tensões, deve permitir que Seul sonde as reais intenções de Pyongyang, que no fim de 2010 lançou uma "ofensiva de sedução", reiterando seu desejo de retomar o diálogo.

"As duas partes debateram a ordem do dia e a organização de um encontro de alto nível", declarou Kim Min-Seol, porta-voz do ministério da Defesa. "O ambiente era de seriedade, e não houve discussões políticas".

A China, única aliada da Coreia do Norte, e os Estados Unidos, aliados de Seul, pressionaram os vizinhos da península coreana a retomarem as negociações de paz.

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