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Italianas vão às ruas para protestar contra o caso Rubygate

Agência France-Presse
postado em 09/02/2011 15:44
Roma - Para uma boa parte de italianas e italianos, o escândalo sexual que está sendo chamado de Rubygate, envolvendo Silvio Berlusconi foi a gota d;água. Preparam-se para uma manifestação no dia 13 de fevereiro para "defender sua dignidade".

"Não é uma mobilização política, é um movimento espontâneo que começou com mulheres de todas as idades e vai reunir artistas e pessoas comuns", explicou à AFP Elisa Davoglio, uma poetisa de 35 anos, que administra o blog criado para a ocasião (http://senonoraquando13febbraio2011.wordpress.com).

Um manifesto intitulado "Se não for agora, quando será ?", foi assinado por mais de 50 mil mulheres em uma semana, denunciando, também, "a representação indecente e repetida da mulher, como objeto de comércio sexual nos jornais, na televisão e na publicidade".

Avalanche
"São numerosos os apelos das mulheres que querem participar, é como uma avalanche que não esperávamos", conta à AFP a cineasta Francesca Comencini, uma das organizadoras, junto com a irmã Cristina, também cineasta, como o pai Luigi.

Um spot circula amplamente no Youtube para convocar a mobilização de domingo: flash-mobs (chamados pelas redes sociais), palestras e manifestações estão previstas em cem cidades, entre elas Roma e Milão.

O comportamento do chefe de governo, suspeito de ter obtido favores sexuais pagos de uma menor, apelidada de Ruby, será apontado, diretamente.

"Berlusconi vem demonstrando um grande desprezo pelas mulheres, com suas observações misóginas", destaca Francesca Comencini. Mas "agora, ultrapassou os limites do tolerável, transmitindo imagem da mulher totalmente arcaica", comenta Cristina, promotora do grupo "Di Nuovo" (http://dinuovodinuovo.blogspot.com/), criado para atrair a atenção sobre a situação.

Elisa, do blog, participará da manifestação com o bebê de três meses e o companheiro, porque todos os homens "amigos" da causa serão bem-vindos.

Não é levantar uma categoria de mulheres contra outras: "não é uma mobilização contra as call-girls", explica Elisa, pelo que também participará da manifestação de domingo o Movimento de defesa dos direitos das prostitutas.

Em relação à situação feminina, na Itália, onde a taxa de natalidade é de 1,4 filho (uma das mais baixas da Europa), apenas uma mulher em duas trabalha (59% na UE), embora possuam, em média, mais diplomas que os homens.

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