Juba - O ministro da região semiautônoma do Sudão do Sul encarregado do desenvolvimento rural, Jimmy Lemi Milla, foi morto a tiros junto com seu segurança, em um incidente aparentemente privado, indicou um porta-voz do exército do sul.
"Houve disparos no complexo ministerial, e o ministro das Cooperativas e Desenvolvimento Rural foi morto, assim como seu guarda-costas", relatou à AFP Philip Aguer, porta-voz do exército popular de libertação do Sudão (SPLA).
Segundo testemunhas, o assassino entrou no veículo de Lemi, estacionado em frente ao ministério, pegou uma arma que o guarda-costas havia deixado ali e depois entrou no gabinete do ministro e disparou várias vezes.
"Disparou contra o ministro, duas vezes no tórax, duas vezes nos ombros e uma vez no braço. O ministro morreu imediatamente", afirmou Thomas Wani Kondo, um deputado.
Segundo ele, o homem matou um guarda-costas do ministro, antes de ser controlado. Os serviços de segurança o detiveram.
Atirador
Kondo acrescentou que o atirador era originário da mesma região que o ministro, com quem estava relacionado e para quem trabalhou antes de ser demitido.
"Queria se vingar. Queria exigir seu salário, que não pagaram nos últimos dois meses", disse Kondo.
O assassinato ofusca a euforia provocada na segunda-feira pelo anúncio oficial dos resultados definitivos do referendo realizado em janeiro no Sudão do Sul.
O referendo estava previsto pelo acordo de paz de 2005, que pôs fim a mais de duas décadas de guerra.
A vitória esmagadora do sim à secessão (98,83%), amplamente celebrada em Juba, abre caminho para a independência do Sudão do Sul.