postado em 10/02/2011 11:11
Brasília - Em meio a uma crise política que dura quase três semanas, o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, reage às intervenções do governo do presidente norte-americano, Barack Obama. Para o ministro do Exterior egípcio, Ahmed Aboul Gheit, os Estados Unidos querem ;impor sua vontade; ao Egito. Ele disse que ficou ;atônito; ao saber das declarações do vice-presidente americano Joe Biden, para que o governo Mubarak suspenda imediatamente o estado de emergência em vigor há 30 anos no país.;Eu fiquei realmente atônito, porque neste momento, enquanto falamos, há 17 mil prisioneiros soltos nas ruas após escapar de prisões que foram destruídas. Como vocês podem me pedir para dissolver o estado de emergência enquanto estou em dificuldades?;, reagiu Gheit.
Ao ser perguntado se o apelo do governo norte-americano por mudanças imediatas e significativas não representavam "um conselho útil de um amigo", o ministro respondeu que ;de maneira alguma;.
;Quando vocês falam de rápido, imediato, é agora;, disse o ministro. ;Vocês norte-americanos estão impondo sua vontade ao Egito;, afirmou ele, que acrescentou, no entanto, que nada vai se alterar as relações entre Estados Unidos e Egito.
Segundo Gheit, o governo do Egito já traçou um plano para a implementação de reformas e esse projeto está indo adiante, mas precisa de tempo.
Ontem (9) o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo do Egito deve ;fazer mais; para atender às exigências da população e que as medidas tomadas até agora não atingem nem mesmo o limite mínimo exigido pelos manifestantes. ;Acho que o processo de transição não parece estar alinhado com o povo do Egito;, disse Gibbs.
Segundo ele, enquanto o governo egípcio não tomar medidas ;concretas; os protestos vão continuar.
O porta-voz da Casa Branca disse ainda que os Estados Unidos estão revisando seu programa de ajuda ao Egito e que a moderação do governo egípcio e a implementação de reformas irão determinar o futuro do programa.
O Egito recebe dos Estados Unidos mais de US$ 1 bilhão por ano em assistência, grande parte destinada ao setor militar.