Agência France-Presse
postado em 10/02/2011 13:00
CAIRO - O jovem executivo egípcio do Google Wael Ghonim, transformado em símbolo da revolta popular no país após passar mais de dez dias preso, afirmou nesta quinta-feira em sua conta do Twitter que não pretende dedicar-se à política após a queda do regime do presidente Hosni Mubarak."Prometo a todos os egípcios que retomarei minha vida normal e que não me envolverei com política depois que (...) tenham transformado seu sonho em realidade" com a saída de Mubarak, afirmou Ghonim.
Alguns dos jovens que iniciaram o movimento de protesto depositaram suas esperanças em Ghonim, no sentido de que assumisse a liderança de um movimento coletivo que neste momento ainda não tem cabeças visíveis.
"Estamos esperando Wael Ghonim. Esperamos que nos dê sua ideia sobre o próximo passo. Embora tenha dito que não quer formar um partido político, temos a esperança de que o faça, porque o consideramos a faísca" que incendiou o movimento, disse à AFP na quarta-feira Rami Ghanem, um advogado de 32 anos, membro do grupo "Todos Somos Khaled Said", batizado em homenagem ao jovem de 28 anos que foi morto pela polícia em Alexandria, em junho de 2010.
Ghonim, diretor de marketing do Google para o Oriente Médio e norte da África, foi detido em 27 de janeiro após uma manifestação, e permaneceu 12 dias mantido em cativeiro pelo temido serviço de segurança do Estado.
Após sua libertação, na segunda-feira, Ghonim transformou-se repentinamente em heroi do movimento quando admitiou ser o administrador, até então anônimo, da página do Facebook "Todos Somos Khaled Said", uma das que convocaram a mobilização contra o regime, que começou há 17 dias.