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Chávez elogia a "rebelião social" no Egito, mas fala de golpe de Estado

Agência France-Presse
postado em 13/02/2011 19:40
CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, felicitou novamente a "rebelião social" que acabou com a ditadura do egípcio Hosni Mubarak, apesar de comentar que, num plano estritamente constitucional, a entrega de poder aos militares no Egito constituiu um golpe de Estado.

"Não quero me meter muito nisso, já fizemos um comunicado a respeito, mas a rebelião foi uma revolução social. Foi preciso fazer sair um dos pupilos do império ianque de um lugar estratégico, pois não puderam mais apoiá-lo", considerou Chávez em seu programa de rádio e tv "Alô Presidente".

Enfatizando o aspecto constitucional da questão, Chávez considerou que tratou-se de um golpe de Estado o fato de que Mubarak, um presidente eleito, tenha entregue o poder às forças armadas antes de terminar seu mandato.

"Mubarak entregou o poder ao alto comando miliutar, isso é um golpe de Estado porque não creio que isso esteja previsto na Constituição egípcia, mas agora o povo decidirá", assinalou.

Chávez também condenou os opositores que, segundo ele, estão comparando seu governo com a ditadura de Mubarak.

"Eu rio quando alguns analistas da oposiçào venezuelana querem comparar meu governo com o do ex-presidente Hosni Mubarak no Egito. Estão loucos! Eles não tem razão, falta razão a eles", alfinetou Chávez.

Chávez minimizou o papel das redes sociais na renúncia de Mubarak, e afirmou que a pobreza extrema foi a causa fundamental de sua queda.

"Lá (no Egito), se havia uma ditadura e mais da metade da população vivia na pobreza extrema, essa é a causa fundamental da queda", declarou Chávez.

"Algumas pessoas querem dizer que é a revolução do Twitter. Não... Não há uma revolução que seja planejada a frio, por celular ou o Twitter, é um incêndio. Tem que haver condições, e as revoluções nascem pelo acúmulo de condições", concluiu.

No sábado, Chávez saudou "a lição de maturidade democrática" do povo egípcio e seu "pacífico triunfo", assegurando que a Venezuela o "acompanhará de maneira solidária no novo caminho".

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