postado em 14/02/2011 09:29
No terceiro dia de protestos no Iêmen, milhares de manifestantes contra o governo de Ali Abdullah Saleh foram contidos por agentes das forças de segurança enquanto marchavam pela capital, Sanaa, e tentavam chegar ao palácio presidencial. Os oposicionistas carregavam faixas clamando por uma revolução no país semelhante à que acaba de derrubar o ditador Hosni Mubarak. Saleh está no poder no país mais pobre do mundo árabe desde 1978, quando liderou um golpe militar.O governo local tenta atrair de todas as formas a oposição para um diálogo, mas os líderes anti-Saleh exigem um calendário concreto para ;reformas constitucionais, econômicas e sociais;, processo que culminaria com o afastamento do presidente do poder. Ontem, devido à força crescente das manifestações, Saleh decidiu adiar uma visita oficial que faria aos Estados Unidos. Em 2 de fevereiro, o lídere iemenita se comprometeu a não se recandidatar à Presidência, a não tentar repassar o poder para o filho e a não propor qualquer alteração constitucional para aumentar o seu mandato ; inicialmente previsto para acabar em 2013. Agora, a esperança do mandatário é conseguir, pelo menos, manter-se no poder até essa data.
Argélia
Um dos líderes do movimento de oposição argelino Coordenação Nacional para a Mudança e a Democracia (CNCD), Mustafá Buchachi anunciou ontem a convocação de uma nova marcha de protesto contra o governo de Abdelaziz Buteflika, a ser realizada em 19 de fevereiro, na capital, Argel. No sábado, um enorme dispositivo policial foi acionado para dissolver uma manifestação com cerca de 2 mil pessoas. Houve inúmeras prisões. Os agentes de segurança não hesitaram em usar a violência contra os participantes do protesto. Os oposicionistas também exigem o fim imediato do estado de emergência, em vigor há 18 anos.
Ontem, o Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu uma nota oficial afirmando que o governo norte-americano está acompanhando os ;protestos em andamento; no país africano e pedindo ;contenção; dos serviços de segurança. ;Também reafirmamos nosso apoio aos direitos universais do povo argelino, incluindo os de reunião e de expressão. Esses direitos também aplicam-se à internet;, afirmava o comunicado.