Agência France-Presse
postado em 14/02/2011 19:24
Washigton - A secretária de Estado, Hillary Clinton, saudou a "coragem" e as "aspirações" dos que se manifestaram contra o governo iraniano nesta segunda-feira (14/2) e chamou Teerã a seguir o exemplo do Egito e "abrir" seu sistema político."Queremos para a oposição e o povo heroico nas ruas das cidades de todo o Irã as mesmas oportunidades alcançadas pela população egípcia na semana passada", disse Hillary à imprensa, durante visita ao Congresso dos Estados Unidos.
"Apoiamos os direitos universais do povo iraniano. Merece os mesmos direitos que os exigidos pelos manifestantes que ajudaram a derrubar na sexta-feira passada o presidente egípcio Hosni Mubarak", disse.
As declarações foram feitas depois das primeiras notícias de que a polícia iraniana dispersou com ;paintball; e granadas de gás lacrimogêneo manifestantes em Teerã, reunidos em apoio a revoltas árabes, segundo sites na internet e testemunhas.
Pequenos grupos de pessoas tentavam concentrar-se para uma marcha silenciosa pela grande avenida Enghelab, que cruza Teerã de leste a oeste, e nas ruas próximas, segundo depoimentos ouvidos pela AFP.
Segundo várias fontes, que não constataram incidentes ou detenções, as forças de ordem mobilizadas maciçamente no centro da capital tentavam impedir a formação destas manifestações.
Liberdade de expressão
"Somos contra a violência e podemos pedir contas ao governo iraniano, que novamente utiliza suas forças de segurança e a violência para impedir a livre expressão de ideias de seu próprio povo", enfatizou a chefe da diplomacia americana.
O Departamento de Estado começou a escrever no domingo mensagens em persa no microblog Twitter para poder se comunicar com os iranianos e insistir na necessidade de que o Irã permita que sua população se manifeste pacífica e livremente como aconteceu no Egito.
Ao lançar sua nova conta no Twitter, @USAdarFarsi, os Estados Unidos evocaram "o papel histórico" que as redes sociais têm tido para os iranianos.
"Queremos nos unir a vocês, à sua conversação diária", escreveu o Departamento de Estado, em uma das mensagens.
A oposição ao governo do presidente Mahmud Ahmadinejad convocou uma manifestação esta segunda-feira, em apoio aos movimentos populares no Egito e na Tunísia, mas as autoridades proibiram qualquer protesto.
O diretor político do Ministério do Interior, Mahmud Abaszadé Meshkini, reiterou na segunda-feira que a oposição não dispõe de autorização para se manifestar.
"Milhares de pessoas se reuniram sem gritar palavras de ordem" ao redor da praça Enghelab, no centro de Teerã, destacou o site Kaleme.com, do líder da oposição reformista Mir Hossein Mussavi.
O site não apontou nenhum ato de violência e destacou que as forças de ordem se limitaram a "observar".