Agência France-Presse
postado em 15/02/2011 11:13
MÉXICO - O governo mexicano anunciou na segunda-feira à noite que não existem condições para participar no Ano do México na França, depois que o presidente Nicolas Sarkozy dedicou as festividades à francesa Florence Cassez, condenada no México por sequestro."Após as declarações do presidente Nicolas Sarkozy, o governo do México considera que não existem as condições para que o Ano do México na França aconteça de maneira apropriada", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.
A vice-chanceler Lourdes Aranda afirmou que houve uma mudança de regras unilateral por parte do governo francês.
"Fomos convidados para um evento cultural que mudou para uma homenagem a uma sequestradora", disse.
"Decidimos manter o Ano do México na França (...) Anulá-lo seria ir contra o povo mexicano e contra os interesses de Florence", afirmou Sarkozy na segunda-feira após encontro de uma hora com os pais da francesa, Charlotte e Bernard Cassez.
Florence Cassez, de 36 anos, foi condenada a 60 anos de prisão por cumplicidade em sequestro, conspiração e posse de armas.
Na quinta-feira passada, um tribunal federal mexicano rejeitou um recurso, confirmando a condenação, o que suscitou uma forte tensão diplomática entre França e México.
Florence alega inocência.
Um tribunal mexicano, composto por três magistrados, rejeitou na quinta-feira passada a apelação, em nome de Florence Cassez, que está detida há mais de cinco anos.
No início do caso, a opinião mexicana mostrou-se hostil à "francesa diabólica".
Mas, em cinco anos, a atividade dos advogados e as investigações da imprensa aprofundadas sobre um dossiê de mais de 10.000 páginas, semearam a dúvida em círculos mais e mais amplos no México.
Em novembro de 2010, a francesa recebeu dois apoios notáveis: o da Igreja Católica do México e o de um ex-Procurador-geral federal, cargo equivalente a Ministro da Justiça, que afirmaram crer em sua inocência.
O caso Cassez tornou-se igualmente pomo de discórdia diplomática entre a França e o México, em particular depois da visita de Nicolas Sarkozy ao país, em março de 2009.