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Militares do Egito prometem que reforma será feita com a oposição

postado em 15/02/2011 12:17
Brasília ; O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, que exerce provisoriamente o poder no país, prometeu nesta terça-feira (15/2) que a Constituição será reformada depois de um acordo com representantes da sociedade civil e da oposição. A ideia é emendar a legislação e depois submeter as propostas a um referendo popular. As mudanças devem ocorrer em seis meses, pois os militares se comprometeram a realizar as eleições presidenciais em setembro.

Para articular as mudanças constitucionais, a junta militar deve convidar representantes da Irmandade Muçulmana ; organização criada no começo do século 20, considerada ilegal pelo governo do ex-presidente Hosni Mubarak ; e outros líderes oposicionistas. Também serão chamados o presidente da Suprema Corte e o ministro da Justiça. O objetivo é instaurar uma comissão específica para definir as emendas à Constituição.

Observadores brasileiros, que acompanham os acontecimentos no Egito, afirmam que há uma sinalização dos militares para buscar uma composição com a oposição. Porém, o diplomata Mohmamed ElBaradei, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2005, afirmou hoje que ainda não recebeu um contato da junta militar demonstrando interesse para o diálogo.

A Irmandade Muçulmana, que havia informado que não vai indicar candidato para as eleições presidenciais, disse hoje que pode se transformar em um partido político, caso o governo provisório mantenha algumas medidas em vigência e que são do período do governo Mubarak. Para a oposição, é fundamental a suspensão da lei de emergência, que concede poderes plenos ao presidente da República e cassa direitos civis.

Em comunicado, Mohammed Mursi, um dos porta-vozes da Irmandade Muçulmana informou sobre a disposição de criar um partido político. ;A Irmandade Muçulmana crê na liberdade de criação de partidos e está determinada a conseguir a formação política.; Pela atual Constituição, é proibida a criação de partidos políticos com base religiosa no Egito.

As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.

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