Agência France-Presse
postado em 16/02/2011 12:21
ROMA - O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, assegurou nesta quarta-feira (16/2) não estar preocupado com seu julgamento previsto para abril em função do escândalo conhecido como "Rubygate"."Pelo amor de Deus! Não estou falando disso. A única coisa que posso dizer é que em absoluto estou preocupado", respondeu, ao ser indagado pela imprensa durante uma coletiva sobre ajuda às pequenas e médias empresas.
A justiça italiana determinou na terça-feira o julgamento imediato de Berlusconi, um procedimento particularmente rápido e previsto pelo Código Penal italiano, em função da acusação de de ter contratado uma prostituta menor de idade e ter abusado de sua função a favor dela.
Berlusconi é acusado de ter pagado por serviços sexuais de "Ruby", a jovem marroquina Karima el Mahroug, entre fevereiro e maio de 2010, quando ela ainda era menor. Além disso, Il Cavaliere teria pressionado a polícia milanesa para que soltassem a jovem, após ela ter sido presa por roubo na noite de 27 para 28 de maio.
Tanto Berlusconi, 74 anos, quanto Ruby, 18 anos desde novembro, negaram terem mantido relações sexuais. A jovem apenas admitiu ter participado de jantares "normais e comportados".
Segundo a defesa de Berlusconi, ele tentou liberar a jovem pois acreditava que ela era "a sobrinha do presidente egípcio Hosni Mubarak" e queria preservar as boas relações com o país árabe.
Niccolo Ghedini, advogado de Il Cavaliere, deve contestar a competência do tribunal de Milão na Câmara dos Deputados, onde a coalizão no poder é majoritária. Para o defensor, o Rubygate é um caso da competência do "tribunal de ministros", uma bancada de magistrados que deve estar em Milão para julgar o primeiro-ministro por uma infração cometida durante suas funções.
O bilionário não é obrigado a assistir ao processo, mas desde a revogação parcial de uma lei que lhe dava imunidade penal por 18 meses pela Corte Constitucional, no dia 13 de janeiro, ele deve justificar cada vez que tiver um "impedimento legítimo" que inviabilize sua presença.
O Rubygate é o terceiro escândalo sexual no qual Berlusconi se envolveu. Em maio de 2009, houve o caso Noemi, uma menor com quem o Cavaliere se encontrava e que acabou levando a mulher do chefe de governo a pedir o divórcio, e, em junho de 2009, o caso D;Addario, uma prostituta que tornou pública uma noite tórrida com Berlusconi.
Mas este é o caso mais grave, já que é passível de três anos de prisão por prostituição e doze anos de reclusão por abuso de poder.
O Rubygate se soma a outros três processos penais contra Berlusconi (casos Mills, Mediaset e Mediatrade) que vão retomar entre o fim de fevereiro e início de março.