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Milhares protestam no Barein contra o governo pelo terceiro dia consecutivo

postado em 16/02/2011 19:43
Milhares de manifestantes continuam reunidos na principal praça da capital do Barein, Manama, no terceiro dia consecutivo de protestos por reformas e uma nova constituição no país do Golfo Pérsico. As forças de segurança reduziram a sua presença ostensiva, supostamente visando reduzir tensões, após a morte dos dois manifestantes em confrontos com a polícia desde a segunda-feira (14/2). O Ministério do Interior do Barein disse que os policiais supostamente envolvidos nas mortes dos manifestantes foram presos. Muitos dos ativistas participaram nesta quarta-feira (16) do funeral da segunda vítima dos protestos, que foi morta na terça-feira (15) quando participava do funeral da primeira. Na Praça Pérola, no centro de Manama, muitos manifestantes ergueram tendas, trouxeram cobertores e carpetes e prometem continuar acampados no local até que suas exigências sejam atendidas. No país, de maioria islâmica xiita, os manifestantes vêm exigindo reformas por parte da monarquia sunita do país. Além de uma nova constituição, eles pedem, entre outras coisas, que o governo ofereça mais empregos e oportunidades aos xiitas, que se dizem discriminados; forneça melhores moradias à população; liberte todos os presos políticos; crie um parlamento mais poderoso e representativo e indique um novo gabinete que não inclua o primeiro-ministro, xeque Khalifa bin Salman Al Khalifa, que está no poder há 40 anos. O xiita xeque Ali Salman, líder do principal partido de oposição do país %u2013 a Associação Nacional do Acordo Islâmico -, pediu a criação de um ''governo civil'', com um primeiro-ministro eleito pelas urnas. ''O governo deve ser eleito pela população, que teria o direito de cobrar de seus governantes'', afirmou Salman. Atualmente, o rei Hamad Bin Issa Al Khalifa indica o chefe de governo do país. Salman disse que os parlamentares de sua agremiação irão boicotar o Parlamento, até que suas exigências sejam atendidas. Além do Barein, vários países da região estão sendo palco de protestos contra o governo, depois de dias seguidos de manifestações no Egito e na Tunísia que levaram nas últimas semanas à queda dos presidentes dos dois países. Nos últimos dias, Líbia, Irã, Argélia e Iêmen também tiveram manifestações.

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