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G20: ministros não chegam a consenso sobre indicadores

Agência France-Presse
postado em 18/02/2011 21:06
PARIS - Os ministros das Finanças do G20 não conseguiram em sua reunião de sexta-feira (18/2) à noite em Paris chegar a um consenso sobre os indicadores econômicos para medir os desequilíbrios mundiais, indicaram fontes diplomáticas.

Segundo essas fontes, a China está "reticente" quanto a certos indicadores, apesar de não haver uma "frente" única entre os países emergentes sobre a forma de medir os desequilíbrios mundiais.

"Não há consenso, mas há uma pressão majoritária para que se adote um pacote global de indicadores", afirmou essa fonte.

"Há três opções: adota-se o conjunto, não se adota nada ou se chega a um compromisso consistente de adotar indicadores principais e indicadores secundários ou indicadores que entrem em vigor de forma imediata e outros mais adiante", explicou.

Quatro indicadores estão sendo debatidos: dois para medir os desequilíbrios internos de um país (déficit e dívida pública de um lado, poupança privada do outro) e dois para os desequilíbrios externos (saldo de conta-corrente ou da balança comercial, e reservas cambiais e tipos de câmbio reais).

"A China está reticente, prefere a balança comercial à conta-corrente", defendida por vários países, informou a fonte.

Por outro lado, essa fonte assegurou que não havia uma "frente dos emergentes" contra os indicadores. "Índia e Indonésia são favoráveis à lista em seu conjunto", disse.

A França colocou como principal objetivo de sua presidência a reforma do sistema monetário mundial, com a qual quer colocar fim à chamada "guerra cambial" originada pelas medidas de vários países para impedir a valorização de suas moedas e favorecer suas exportações.

Segundo os Estados Unidos e outras potências ocidentais, os atuais desequilíbrios econômicos mundiais têm a China como grande responsável, país que mantém uma moeda muito desvalorizada e acumula descomunal excedente em sua balança comercial.

O primeiro passo para tentar resolver o problema seria estabelecer indicadores econômicos capazes de medir as diferenças entre os países, com o objetivo de colocar em andamento processos de correção.

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