postado em 21/02/2011 17:10
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon, falou nesta segunda-feira (21/2) por telefone com o presidente da Líbia, Muammar Khadafi. De acordo com o relato distribuído pela ONU, foi uma %u201Campla conversa%u201D, na qual Moon manifestou %u201Cprofunda profunda preocupação com o aumento crescente da violência%u201D no país. Ainda de acordo com o texto, o secretário-geral solicitou o fim %u201Cimediato%u201D dos atos violentos e apelou pelo respeito %u201Càs liberdades fundamentais e aos direitos humanos, incluindo os de associação pacífica e de informação.%u201D
Moon também convocou as autoridades a iniciar um diálogo amplo para responder às preocupações legítimas da população. Não há referência no comunicado às palavras de Khadafi, nem sobre onde ele estaria quando da conversa telefônica. Rumores de que o líder líbio teria deixado o país rumo a Venezuela circulam por vários veículos de comunicações desde o início do desta segunda-feira (21). O ministério dos Negócios Estrangeiros da Líbia negou que Khadafi tenha deixado o país.
Na sede das Nações Unidas, em Nova York, diplomatas líbios anunciaram apoio aos protestos antigoverno e pediram interferência da ONU. De acordo com a rede de televisão árabe Al Jazeera, pilotos de dois caças Mirage líbios pousaram sem autorização na Ilha de Malta e pediram asilo, alegando terem se recusado a atirar sobre manifestantes em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia e palco de grandes manifestações contra o governo.
Uma marcha em Trípoli teria sido alvo de tiros disparados de aviões militares. A sede do Parlamento estaria entre os prédios incendiados por opositores nos protestos, segundo a Voz da América. Tiros também foram ouvidos na segunda-feira à noite, de acordo com testemunhas. O Departamento de Estado dos Estados Unidos ordenaram a retirada do país de parentes dos diplomatas americanos e de todo o pessoal considerado "não essencial".
Cortes na internet e nos serviços de telefonia dificultam a comunicação com a Líbia, bem como a verificação de informações de forma independente. Não há nenhuma confirmação sobre o número de mortos nos protestos, apenas relatos de entidades civis não governamentais que apontam para mais de 60 as vítimas fatais apenas nesta segunda-feira.