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Famílias querem intervenção do Itamaraty para retirar parentes da Líbia

postado em 22/02/2011 16:43
Rio de Janeiro- Parentes de brasileiros que não conseguem deixar a Líbia devido à onda de protestos contro o governo de Muammar Khadafi cobram agilidade do Ministério das Relações Exteriores. Eles querem que o governo acelere as negociações para retirada dos brasileiros da cidade de Benghazi, um dos principais focos de protestos. Filha de um funcionário da empresa Queiroz Galvãoque está na Líbia, a carioca Mariana Hansen reclama da falta de articulação do Itamaraty, que não informa as famílias sobre as negociações de resgate e sobre a situação em Benghazi. Segundo ela, países europeus e "até o Egito, que há pouco dias enfrentou uma crise semelhante", já retiraram seus compatriotas da Líbia. "Todos os parentes de brasileiros presos em Benghazi querem suas famílias de volta. Vamos cobrar isso. O Itamaraty tem que tomar um atitude igual aos outros país. Por que os brasileiros continuam lá se os outros países conseguiram tiraram seu povo?", questionou. "Nossa preocupação, nosso pedido é para o governo brasileiro faça alguma coisa". Mariana Hansen diz que desde domingo (20) não fala com o pai, a madrasta e dois irmãos que estão em Benghazi. As informações sobre o resgate chegam até ela pela construtora ou por jornalistas que conseguem fazer contatos com seu pai. "Acho que fora do Brasil é mais fácil conseguir. Só peço para avisarem ao meu pai que não vou desistir de trazê-los de volta." A Queiroz Galvão articula com o Itamaraty a saída de pelo menos 130 brasileiros da Líbia ainda hoje (22). Um navio deve retirar o grupo da cidade de Benghazi e levá-los até a costa de um país próximo - que não está definido - , de onde um avião fretado pela construtora irá resgatá-los. Segundo Mariana Hansen, 50 funcionários da construtora entre brasileiros e portugueses estão na cidade aguardando as orientações para deixar o país. Por meio da assessoria de imprensa, Queiroz Galvão informou que deve falar sobre a situação dos funcionários na Líbia no final da tarde. De acordo com diplomatas, a saída de navio foi pensada porque o aeroporto da capital, Trípoli, está fechado. O terminal foi completamente destruído pelas manifestações, segundo relatos, e a melhor alternativa para se deixar a Líbia neste momento é por meio marítimo. As manifestações na Líbia pedem a renúncia do presidente Muammar Khadafi, que está no poder há 42 anos. Há informações de que os protestos foram reprimidos com violência. As Nações Unidas (ONU) e Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (Unesco) condenaram a ofensiva do governo líbio. A ONU disse que há indícios de crimes contra a humanidade, o que as autoridades daquele país negam.

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