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Ditador Kadhafi reforça tropas no oeste depois de perder controle do leste

postado em 23/02/2011 18:20

O ditador Muammar Kadhafi enviou mais tropas militares à Trípoli, capital do país, e a região oeste da Líbia. A medida foi tomada depois que o governante perdeu o controle da região leste do país, onde está localizada a cidade de Tobruk e grande parte dos campos produtores de petróleo. A área foi dominada por opositores do regime, vigente há mais de 40 anos.

Moradores de Trópoli indicaram que a presença de membros de milícias e mercenários estrangeiros contratados pelo governo aumentou consideravelmente. Com isso, as trocas de tiros entre opositores e apoiadores do regime tem se tornado mais frequentes.

Números
Pelo menos 640 pessoas morreram na Líbia nos protestos contra o regime de Muamar Kadhafi desde 14 de fevereiro, anunciou nesta quarta-feira (23/2) a Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH).

O número representa mais que o dobro do balanço oficial do governo líbio de 300 mortos. A FIDH menciona 275 mortos em Trípoli e 230 na cidade de Benghazi, epicentro dos protestos.

Tomada
Os opositores ao homem forte da Líbia, Muamar Kadhafi, pareciam controlar nesta quarta-feira a costa oriental do país, onde os militares se somaram ao movimento de protesto contra o regime em vigor há 42 anos, constataram correspondentes da AFP no local.

A equipe da AFP viu rebeldes - em maioria armados - na estrada próxima ao litoral mediterrâneo que vai da fronteira com o Egito à cidade de Tobruk, a 150 quilômetros mais a oeste.

Por todas as partes via-se insurgentes com a bandeira da independência de 1951, anterior ao regime de Kadhafi.

Nas estradas, as pessoas faziam o sinal da vitória mostrando sua felicidade ante a certeza de que o líder líbio terminará caindo, comprovaram os jornalistas que deixavam de carro a cidade de Tobruk em direção a oeste.

Os moradores da região contaram à AFP que o movimento contra Kadhafi controlava a região que vai da fronteira egípcia a Ajdabiya, mais a oeste, passando por Tobruk e Benghazi.

Muitos moradores da cidade de Al-Baida também disseram que os milicianos leais a Kadhafi tinham sido executados.

Ainda segundo os moradores, os militares apoiam a rebelião na região do leste que o regime diz, no entanto, manter sob controle.

"Que Deus dê a vitória a nosso dirigente e a nosso povo", dizia mensagem transmitida através da rede líbia de telefonia móvel, que prometia também tempo de comunicação grátis às pessoas que a enviassem a outros assinantes.

O ministro Franco Frattini, das Relações Exteriores da Itália, país que mantém fortes relações econômicas com a Líbia, informou na manhã desta quarta-feira que a província de Cirenaica (leste) já não está sob controle do governo líbio

O movimento de rebelião sem precedentes contra o regime de Muamar Kadhafi começou no dia 15 de fevereiro e deixou 300 mortos, segundo os números oficiais, e mais de 600, na contagem de organizações não governamentais.

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