Londres - Ao chegar a Londres nesta quarta-feira (23/2), provenientes de Trípoli, estrangeiros que conseguiram fugir do caos no país da África do Norte descreveram cenas violentas de guerra na capital líbia."Nunca tive tanto medo em toda a minha vida como ontem à noite (terça-feira). Não sabia se tremia de frio ou pavor", contou Jane Macefield, uma professora que trabalhava na Líbia.
Esta mulher de 52 anos, natural do Zimbábue e casada com um britânico, disse ter ouvido "pelo menos 20 explosões" de bombas ou de granadas e "o ruído de turbinas de aviões".
Ela faz parte de professores de uma escola internacional de Trípoli que conseguiram embarcar na capital líbia num voo da companhia Afriqiyah Airways com destino a Londres-Gatwick.
Segundo uma porta-voz do aeroporto de Gatwick, 40 pessoas estavam a bordo do voo que chegou nesta quarta-feira à Grã-Bretanha.
A situação em Trípoli estava relativamente calma durante o dia, mas os tiros explodiam quando chegava a noite, conta um empregado britânico do setor de petróleo, vindo no mesmo voo.
"Ouvi muitos tiros durante a noite, mas, ontem havia alguma coisa, mais potente."
Em Trípoli, "há centenas de pessoas feridas que precisam de ajuda", contou uma líbia, preferindo não ter o nome divulgado. "Se puderem, salvem o país", afirmou.
Tiros
Um outro professor, Phil Sperinck, 51 anos, vindo de Dartford, sudeste da Inglaterra, disse ter ouvido "muitos tiros" perto de Saraj, uma cidade que fica a cerca de uma hora de Trípoli.
No aeroporto de Trípoli, a situação é "assustadora", afirma Phil Sperinck, outro professor que vivia na Líbia desde abril. "Há milhares de pessoas sentadas do lado de fora", essencialmente africanos, que esperam poder deixar o país.
Até agora, 540 britânicos estão bloqueados na Líbia, segundo o ministro William Hague.