Washigton - O presidente americano, Barack Obama, qualificou a repressão na Líbia e as ordens para atirar em manifestantes de "ultrajantes" e pediu que o mundo fale como um só para responsabilizar o governo líbio.
Obama, em seu primeiro pronunciamento televisionado sobre a crise na Líbia, disse que enviará a secretária de Estado, Hillary Clinton, para Genebra, para o encontro do Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas, que ocorre no fim de semana, e para conversas com chanceleres aliados.
"O sofrimento e o derramamento de sangue são ultrajantes, e isto é inaceitável", disse na Casa Branca.
"Como também são as ameaças e as ordens para atirar em manifestantes pacíficos e as punições contra o povo da Líbia. Estas ações violam as leis internacionais, e todos os padrões de decência comum. Esta violência precisa acabar", acrescentou.
Mundo
"Em uma situação de instabilidade como esta, é imperativo que as nações e pessoas do mundo falem com uma só voz e este tem sido nosso foco".
Obama disse que seus assessores de política externa têm "trabalhado contra o tempo" para preparar uma resposta à violência e disse que está analisando "diversas opções" para responsabilizar a Líbia.
Ele não mencionou o nome do líder líbio Muammar Kadhafi em seu pronunciamento, e também não detalhou o tipo de medidas que a Líbia pode enfrentar.
Sanções
Mas já houve pedidos de novas sanções contra o governo do país do norte da África, como congelamento de bens, e até de uma zona de proibição de voo estabelecida pela Otan para proteger os civis.
"Como todos os governos, o governo líbio tem a responsabilidade de conter a violência, de permitir assistência humanitária para os que necessitam e de respeitar os direitos de seu povo", disse Obama.
"Ele deve ser responsabilizado por seu fracasso em cumprir estas responsabilidades e enfrentar os custos do prosseguimento das violações dos direitos humanos".
Mortes
Pelo menos 640 pessoas morreram na Líbia nos protestos contra o regime de Muamar Kadhafi desde 14 de fevereiro, anunciou nesta quarta-feira a Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH).
O número representa mais que o dobro do balanço oficial do governo líbio de 300 mortos. A FIDH menciona 275 mortos em Trípoli e 230 na cidade de Benghazi, epicentro dos protestos.