Agência France-Presse
postado em 24/02/2011 13:26
PARIS - A justiça francesa convocou o construtor aeronáutico europeu Airbus e a companhia aérea francesa Air France para uma audiência do caso do voo AF447, que caiu no Oceano Atlântico quando ia do Rio a Paris em 1; de junho de 2009, matando 228 pessoas."A juíza anunciou a convocação para 17 de março da Air France e da Airbus com o objetivo de anunciar uma eventual acusação", indicou um dos dirigentes da associação de vítimas "Entraide et Solidarité Af447", Jean Baptiste Audousset.
Famílias das vítimas e seus advogados foram recebidos nesta quinta-feira no Palácio da Justiça, em Paris. As duas companhias seriam acusadas por homicídio culposo.
"Isto supõe uma revoravolta, pois esta convocação com a possibilidade de uma acusação demonstra que a juíza tem elementos técnicos suficientes para iniciar um processo", comentou Olivier Morice, um dos advogados dos parentes e da associação.
Audousset esclareceu que "esta provável acusação contra a Airbus e a Air France não será um fim em si mesma, mas permitirá um debate" sobre o acidente.
A Air France expressou "assombro" diante da eventual acusação, pois "não há nada de novo no expediente que explique por que a juíza de instrução está estudando agora uma acusação", indicou o advogado da companhia, Fernand Garnault.
O magistrado, porém, destacou que a audiência permitirá que a empresa "finalmente" tenha acesso aos autos do processo.
Uma quarta operação de busca do Airbus A330 de Air France começará no dia 20 de março em uma vasta zona até agora inexplorada, anunciou semanas atrás o Bureau de Investigações e Análises francês (BEA).
Desta vez, os investigadores decidiram "explorar de forma sistemática uma área de 10.000 km2" que até o momento não foi vasculhada.
A operação será feita com a ajuda de um navio e de um veículo submarino.
Apenas 3% da carcaça do avião e 50 corpos foram recuperados do fundo do mar. O maior objetivo da missão, porém, é localizar as caixas-pretas da aeronave, que ajudariam a esclarecer o que provocou a tragédia.
O BEA acredita que um defeito nas sondas (sensores de velocidade) Pitot do fabricante francês Thales foi um dos fatores do acidente, mas diz que alcançar uma explicação definitiva para a queda do avião é impossível sem as informações das caixas-pretas