Agência France-Presse
postado em 24/02/2011 15:40
Manama - Os estrategistas do Pentágono vigiam com atenção a segurança no estreito de Ormuz, por onde passa o petróleo do Golfo, a ponto de o chefe do Estado-Maior Interarmas dos Estados Unidos, Almirante Mike Mullen, realizar visita discreta à região, para tranquilizar os países aliados.Nesta quinta-feira (24/2), a turnê começou por Omã, país guardião do estreito ante o Irã.
No final da tarde, o almirante dirigiu-se a Bahre;n, porto de atracação da V Frota americana que patrulha as águas do Golfo.
Este pequeno reino, aliado importante dos Estados Unidos, está abalado por manifestações visando a dinastia sunita no poder, contestada por uma oposição dominada por xiitas, maioria entre os 1,2 milhão de habitantes.
O Almirante Mullen, chefe do Estado-Maior Interarmas, está no Golfo desde domingo, para tentar tranquilizar os aliados dos Estados Unidos, após as revoltas no mundo árabe que afastaram chefes de estado ligados a Washington.
Já foi a Riad, depois a Qatar e aos Emirados Árabes Unidos. Deve ainda seguir para o Kuwait para participar das cerimônias que vão marcar o vigésimo aniversário do fim da guerra do Golfo, em 1991.
A etapa de Mascate, na embocadura do Golfo, de onde provêm 40% do petróleo transportado por via marítima no mundo, ilustra a determinação dos Estados Unidos de vigiar o estreito d;Ormuz, de menos de 50 km de largura.
Em momentos de tensão, o Irã, que controla a margem setentrional da via, brandiu a ameaça de bloquear esta passagem estratégica e os Guardas da Revolução iraniana apresentaram recentemente mísseis terra-mar com capacidade suficiente para alcançar navios-petroleiros gigantes.
Em Bahre;n, o almirante visita os militares estacionados neste posto avançado da marinha americana, que mantém aí há 63 anos o Quartel-General de sua V Frota.
"Bahre;n é muito importante para nós há décadas", declarou o Almirante Mullen pouco antes de chegar a Manama, qualificando Bahrein de "aliado essencial".
Numa entrevista à cadeia de televisão Al-Jazeera, o almirante Mullen saudou o "bom exemplo" dado pela família reinante que, após uma reação inicial violenta, propôs o diálogo à oposição.
Ele também duvidou do envolvimento do Irã nestas manifestações.