Jornal Correio Braziliense

Mundo

Suíça congela bens de Kadafi

A Suíça anunciou nesta quinta-feira (24/2), com efeito imediato, o congelamento no país dos bens do líder líbio, coronel Muamar Kadafi, e de seus parentes e aliados.

A decisão, que proíbe a venda e o usufruto dos bens " inclusive imóveis", tem origem na onda de violência na Líbia, na qual opositores do governo enfrentam forças fiéis a Khadafi, que está no poder desde 1969.

Ao anunciar a medida, o Ministério do Exterior suíço condenou "a violência cometida contra a população por parte das autoridades líbias, nos termos mais fortes possíveis" e disse que o congelamento visa a evitar qualquer apropriação indevida de bens líbios.

O Banco Central da Suíça estima que existam cerca de US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 1 bilhão) em bens líbios na Suíça atualmente. Há três anos, a estimativa era que eles fossem cerca de US$ 6 bilhões (R$ 10 bilhões).

A Suíça também anunciou o congelamento dos bens dos ex-presidentes da Tunísia, Zine Al Abidine Ben Ali, e do Egito, Hosni Mubarak. Mas, em ambos os casos, a decisão foi comunicada depois que os dois líderes deixaram o poder, após semanas de protestos populares em seus países.

Domínio

Opositores do regime de Muamar Kadafi tomaram o controle de importantes terminais petrolíferos do país, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

A medida pode ameaçar o fluxo de fornecimento a diversos países e elevar a cotação do produto internacionalmente - o que já vem ocorrendo (veja saiba mais).

As notícias chegam pouco depois do ditador da líbia afirmar que as revoltas podem interromper o fornecimento do combustível ao exterior.

Segundo dados oficiais, os conflitos, iniciados em 14 de fevereiro, já mataram ao menos 300 pessoas. Entidade não governamental fala em pelo menos 640 mortos.