Agência France-Presse
postado em 25/02/2011 11:31
PARIS - Os embaixadores da Líbia na França e ante a Unesco anunciaram nesta sexta-feira (25/2) sua renúncia para condenar os atos de repressão na Líbia e sua adesão e a revolução contra o coronel Muamar Kadhafi, em uma declaração lida ante a embaixada em Paris."Condenamos firmemente os atos de reprssão na Líbia. Declaramos nossa união ao povo, nosso apoio à revolução do povo", declararam os embaixadores da Líbia na França e ante a Uneco, Salah Zaren e Abdul Salam el Galali, respectivamente.
"Nós nos demitimos de nossos postos e nos somamos à revolução", afirmaram em uma declaração conjunta transmitida pela Rádio France Inter e aplaudidos por alguns líbios reunidos ante a embaixada.
Um grupo de opositores líbios, que se anunciam como "filhos da revolução", tomou o controle da embaixada da Líbia em Paris.
"Assumimos o controle da embaixada", declarou uma fonte do movimento, que pediu anonimato, enquanto um cordão policial impedia a entrada no edifício e em particular a entrega de alimentos aos jovens manifestantes.
Os opositores, que chegariam a 30 pessoas, ocupam a embaixada desde a noite de quinta-feira. Eles expulsaram os funcionários do local.
O grupo ameaça cometer suicídio coletivo no caso de intervenção da polícia. Os manifestantes içaram no local a antiga bandeira líbia, anterior à chegada ao poder de Muamar Kadhafi em 1969.
A repressão ordenada pelo ditador Muamar Kadhafi aos protestos contra seu regime deixaram 300 mortos, segundo o balanço oficial, mas a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) registrou pelo menos 640 mortes. Outros balanços não confirmados mencionam mais de 1.000 mortos.