Washigton - Os Estados Unidos informaram nesta sexta-feira (25/2) que deverão impor sanções unilaterais e multilaterais à Líbia, em uma tentativa de punir o regime de Muamar Kadafi pelos ataques a manifestantes.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, declarou que Washington trabalhava em "sanções coordenadas" com seus "aliados europeus" e sobre "medidas multilaterais através das Nações Unidas para que o governo líbio seja responsabilizado" pelos atos de violência cometidos contra o povo líbio.
O presidente americano, Barack Obama, quer que o governo líbio seja responsabilizado pela repressão, indicou a Casa Branca.
Monitoramento
Carney também disse que Washington agia para cortar a ajuda militar à Líbia e colocou bancos para monitorar e notificar movimentações financeiras realizadas nesse país no norte da África.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se nesta sexta-feira para estudar sanções contra o regime do coronel Kadafi, que pediu a seus seguidores para pegar em armas e enfrentar os manifestantes antirregime.
Um projeto de resolução redigido pelos países ocidentais propõe uma série de sanções: embargo na venda de armas à Líbia, proibição de viagens a Kadafi e o congelamento de seus bens.
O texto também adverte que a repressão na Líbia poderá ser considerada crime contra a humanidade.
Obama se reunirá na segunda-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para propor as sanções e tratar da resposta para a "crise humanitária" provocada pelos eventos dos últimos dias, acrescentou o porta-voz.
A Casa Branca anunciou que os serviços de inteligência americanos estavam procurando provas de abusos cometidos na Líbia, no momento em que a violência já deixou centenas de mortos.
"Os Estados Unidos estão comprometidos a utilizar todos os meios para vigiar o regime de Kadafi com o objetivo de assegurar que poderão ser reunidas provas dos atos de violência e abusos", disse Carney.
Embaixada
Os Estados Unidos decidiram nesta sexta-feira suspender o funcionamento de sua embaixada na Líbia pelo fato de não conseguir dar segurança suficiente a seus diplomatas. A embaixada em Trípoli "foi fechada", anunciou o porta-voz da Casa Branca.
Por outro lado, um barco fretado pelos Estados Unidos chegou nesta sexta-feira ao porto de La Valette, capital de Malta, com mais de 300 pessoas a bordo, constatou um jornalista da AFP.
Em torno de 6 mil americanos estão registrados na embaixada dos Estados Unidos em Trípoli. A maioria tem dupla nacionalidade.