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Chile lembra um ano de terremoto que devastou o país

Agência France-Presse
postado em 27/02/2011 15:00
Concepcion - Uma série de missas foram realizadas neste domingo (27/2) em várias localidades do Chile para lembrar o aniversário de um ano do terremoto seguido de tsunami que deixou 524 mortos e 31 desaparecidos e um prejuízo de 30 bilhões de dólares, seguindo as vigílias realizadas de madrugada.

O ato central foi realizado na Praça das Armas de Constitución, capital da região de Maule, que junto à vizinha região de Biobío, no centro sul do Chile, foram as regiões mais afetadas pelo terremoto de 8,8 graus, considerado o quinto mais potente da história.

A cerimônia foi realizada ao ar livre, já que há um ano o terremoto destruiu a catedral principal.

No povoado de Santa Clara, no porto vizinho de Talcahuano, arrasado pelo tsunami, também houve uma missa, no interior de uma escola, onde seus participantes emocionaram-se ao lembrar da tragédia.

"A cerimônia foi muito emotiva, muito solene, mas com muita tristeza porque lembramos tudo o que aconteceu", disse uma das participantes à Rádio Cooperativa.

Nas cidades de Talca e Concepción também foram realizadas homilias, enquanto na Catedral de Santiago, a tradicional missa do meio-dia fez uma homenagem às vítimas da tragédia.

Para a tarde está previsto um "Ato de Unidade Nacional", em frente à pequena Ilha Orrego, em Constituición, que foi devastada pelas ondas, para encerrar as homenagens.

De madrugada, para lembrar o momento exato no qual o terremoto foi sentido - às 03h34 - centenas de velas foram acesas para lembrar o aniversário.

O presidente Piñera liderou uma cerimônia em Cobquecura, na região do Maule, epicentro do terremoto, enquanto que em Concepción, em frente ao destruído edifício "Alto Río", onde morreram oito pessoas, as famílias das vítimas e diversos vizinhos chegaram para colocar velas entre as ruínas, como uma homenagem a seus entes queridos.

"O ano de 2010 foi um ano muito duro e fecundo, nunca vamos esquecer", disse Piñera em Cobquecura, acompanhado de vários ministros.

"Alguns acreditam que o terremoto nos fragilizou como país. Eu creio no contrário: a adversidade reforça os países quando levam em sua alma esse fortalecimento. O Chile foi um país forjado sempre na adversidade", completou.

Nos dias anteriores, Piñera pediu que essa data fosse lembrada com unidade, em uma mensagem sobretudo à oposição de centro-esquerda, que anunciou que não participaria dos eventos oficiais em rejeição ao que estimam ser um processo lento de reconstrução.

O governo afirma ter avançado em mais de 50% na reconstrução, cifra que é negada pela oposição.

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