Mundo

Deputados xiitas renunciam em bloco no Bahrein

Agência France-Presse
postado em 27/02/2011 22:15
Manama ; O grupo xiita do Parlamento de Bahrein confirmou neste domingo (27/2) sua renúncia em bloco, no dia seguinte ao anúncio de uma remodelação ministerial julgada insuficiente pela oposição.

Em comunicado, os 18 deputados do partido Wefaq anunciaram sua renúncia como protesto pelos atos violentos que caracterizaram os primeiros dias de protestos populares em Manama.

Durante as manifestações, que exigiam o fim do regime monárquico de Al Khalifa, sete pessoas morreram.

"Já não fazemos parte dessa Assembleia, que nunca protestou contra os massacres", afirmaram os parlamentares em sua carta de demissão.

Essa decisão deve ser aprovada por outros membros do Parlamento, que conta com 40 cadeiras. Se a demissão for aceita, ocorrerão eleições parciais nos próximos dois meses. Caso o Parlamento rejeite o pedido, continuará trabalhando apenas com 22 deputados.

Os parlamentares não mencionaram a remodelação ministerial anunciada no sábado, mas membros da oposição a rejeitaram.

O rei Hamad ben Isa Al Khalifa substituiu cinco ministros, mas o xeque Khalifa ben Salman Al Khalifa, no cargo de primeiro-ministro há 40 anos e alvo da ira dos manifestantes, permanece.

A oposição, principalmente constituída por xiitas, pede a instauração de uma verdadeira monarquia constitucional que substitua o domínio da dinastia sunita Al Khalifa, que reina há 200 anos.

As manifestações prosseguiam neste domingo na Praça da Pérola, com a população exigindo uma mudança de regime mais radical e a saída da dinastia Al Khalifa.

Milhares de pessoas saíram em passeata da Praça da Pérola, epicentro dos protestos iniciados em 14 de fevereiro, para percorrer as principais avenidas da capital.

"O povo quer o fim do regime", diziam os manifestantes em uma grande bandeira enquanto desfilavam diante das embaixadas do Kuwait e da Arábia Saudita.

Diante do ministério da Justiça, a multidão gritou: "Abaixo Hamad", em referência ao rei Hamad Ben Isa Al Khalifa.

Os manifestantes prosseguiram até as sedes da Procuradoria e do ministério das Relações Exteriores, antes de regressar à Praça da Pérola.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação