Agência France-Presse
postado em 28/02/2011 15:41
Washigton- Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira (28/2) que Muamar Kadafi deve "ir agora", e reposicionaram suas forças perto da Líbia, levantando a perspectiva de exílio, ao mesmo tempo em que aumentava a pressão sobre seu frágil regime.
Washington também endureceu a retórica: anunciou estar conversando com grupos de oposição da Líbia, aparentemente tentando desestabilizar Kadafi, após uma revolta contra o regime matar mais de mil pessoas.
O presidente Barack Obama planejou um encontro com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para esta segunda-feira, enquanto autoridades ponderam se responderão aos apelos de impor uma "zona de exclusão aérea" sobre a Líbia para proteger os civis.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, lidera a missão diplomática em Genebra no Conselho de Direitos Humanos da ONU e nos encontros com ministros das Relações Exteriores estrangeiros, em um tom marcadamente mais duro do que o utilizado por Washington antes de evacuar grupos de americanos da Líbia na última semana.
"As pessoas da Líbia foram muito claras: é hora de Kadafi ir embora - agora, sem mais violência ou atrasos", disse Hillary Clinton em uma reunião do Conselho.
"Mercenários e bandidos foram soltos para atacar os manifestantes", afirmou.
"Há informações sobre soldados mortos por se recusar a atirar em seus cidadãos, sobre mortes indiscriminadas, prisões arbitrárias e torturas", acrescentou.
"Coronel Kadafi e estes ao redor dele devem ser responder por estes atos", disse Hillary.
O Pentágono, por sua vez, ressaltou que estava posicionando sua força naval e aérea para perto da Líbia, enquanto países ocidentais avaliam uma possível intervenção militar.
"Temos funcionários trabalhando em vários planos de contingência", informou o porta-voz do Pentágono, Dave Lapan.
"Acho que é seguro dizer, como parte disso, que estamos reposicionando forças para que ofereçam essa flexibilidade uma vez que as decisões forem tomadas", explicou.
A mobilização de "forças navais e aéreas" daria ao presidente americano Barack Obama um leque de possibilidades diante da crise, disse Lapan, sem especificar se navios ou aviões receberam a ordem de se reposicionar.